Atenção redobrada aos sinais
Virna Alencar 01/09/2018 16:26 - Atualizado em 03/09/2018 13:23
Estrutura foi trocada na rua Barão de Miracema
Estrutura foi trocada na rua Barão de Miracema / Antônio Leudo
A precariedade dos semáforos em Campos é uma das principais queixas da população, que frequentemente tem apontado os riscos de queda em plena via pública. A base de sustentação enferrujada e inclinação da estrutura estão entre os problemas apresentados. Especialista em trânsito, Marcelo Gomes, afirmou que o problema é sério e sem a manutenção devida os dispositivos podem comprometer a segurança de motoristas e pedestres.
O último caso de queda de semáforo registrado na cidade aconteceu em 3 de janeiro deste ano, no início da tarde, no cruzamento da avenida XV de Novembro com a rua Voluntários da Pátria, no Centro. Por sorte, o incidente não deixou feridos. Na ocasião, o Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT) informou que a queda foi ocasionada por danificação na base de sustentação, uma vez que a estrutura estava enferrujada.
A comerciária Cristina Almeida, de 28 anos, que passava pela avenida 28 de Março, próximo a um shopping, chamou atenção para a base do semáforo amassada. Mas, para ela, o problema no trânsito também está na falta de consciência dos motoristas. “Não basta só reclamar dos semáforos. É verdade que muitos na cidade precisam ser trocados. Mas também se percebe muitos motoristas avançando o sinal quando está amarelo e até mesmo vermelho. O errado já virou tão habitual que quando um motorista resolve parar para um pedestre, os outros de trás começam a buzinar. Sabemos que nós pedestres somos as pessoas mais frágeis no trânsito e devemos ter prioridade”, comentou.
Base amassada na 28 de Março foi alvo de queixa
Base amassada na 28 de Março foi alvo de queixa / Antônio Leudo
Segundo o especialista Marcelo Gomes, o semáforo é um instrumento utilizado para controlar o tráfego de veículos e de pedestres e, assim como todo equipamento eletrônico, precisa de manutenção constante.
— É questionável a importância da existência dos semáforos na regulação e segurança do trânsito porque vai dar mais segurança especialmente nos cruzamentos, além de substituir o elemento humano com funcionamento integral. A primeira necessidade de manutenção seria no reajuste do temporizador. Se você tem uma sequência de semáforos numa via, como na Arthur Bernardes, e eles não forem temporizados, ou seja, abrirem e fecharem na hora certa, vão mais atrapalhar o trânsito do que ajudar. Afinal, o fluxo deve ser constante e de forma moderada”, disse.
Em nota, o IMTT afirmou que “o órgão vem atuando na substituição de novas estruturas semafóricas. Na última semana, a intervenção foi nos cruzamentos da rua Marcílio Martins com a avenida Arthur Bernardes e da rua Tenente Coronel Cardoso com a avenida José Alves de Azevedo. Na última segunda-feira (13), a instalação foi iniciada nos cruzamentos da rua Treze de Maio com a rua Tenente Coronel Cardoso e da rua Ipiranga com a rua Marechal Floriano. As estruturas completas serão substituídas nos próximos dias”.
O órgão lembrou que a população pode contar com o Disque Semáforo, para casos de denúncias ou solicitações de reparos. O serviço pode ser acionado através do número (22) 99855-9596.
Ventos fortes danificaram base na Pelinca
O histórico de semáforos com defeito ou com estrutura danificada é longo. O episódio mais recente aconteceu no último dia 26, quando o sinal do cruzamento das ruas Barão de Miracema com Conselheiro Otaviano, na Pelinca, ficou pendurado após um vendaval atingir o equipamento. O reparo durou quatro dias e terminou na última quarta-feira (29). Segundo o vice-presidente do IMTT, Acyr Bueno, outra base foi preparada e o antigo semáforo foi retirado.
Já na edição do dia 26 de julho, o jornal Folha da Manhã destacou os problemas apresentados no cruzamento entre a avenida José Alves de Azevedo, mais conhecida como Beira-Valão, e a rua Tenente coronel Cardoso, antiga Formosa, mediante a estrutura do sinal que apresenta risco de queda. Logo depois, no cruzamento entre a Formosa e a Treze de Maio, o problema está na base de sustentação enferrujada. O IMTT informou, por nota, que “o local foi vistoriado pelos agentes do órgão, quando foi constatado pela equipe técnica que a estrutura encontrava-se inclinada, mas não oferece risco de queda, contudo, já foi providenciada a substituição de poste e porta foco”.
Especialista reforça manutenção
Para o especialista Marcelo Gomes, acontecem vários problemas em todos os níveis de instalação, que passa desde a compra do equipamento mais novo, passando pela instalação do semáforo na via e a manutenção que deve perdurar por um tempo.
— É inconcebível que um vento forte derrube um equipamento como esse gerando risco para as pessoas no trânsito. Os semáforos, na sua grande maioria, são compostos com estrutura metálica e, com o tempo, se deteriora. Por vezes, acidentes de trânsito também acabam danificando. Cabe ao poder público ter essa visualização. Falta investimento em manutenção, na compra de novos equipamentos, mais modernos e tecnológicos — finalizou Gomes.
O IMTT informou que “vem vistoriando, através de sua equipe técnica, as estruturas semafóricas do município para que não ofereça risco. O órgão realiza um levantamento dos locais que necessitam de reposição ou troca de peças e já providencia a licitação para que alguns locais possam receber estas melhorias”.
 
 

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