Mulher relata coação no corredor do Fórum
09/11/2017 22:37 - Atualizado em 14/11/2017 16:26
Uma testemunha de acusação do caso Chequinho teria sido abordada no corredor do Fórum de Campos, na tarde desta quinta-feira (9), enquanto aguardava para prestar depoimento na audiência da Ação Penal que tem como réus os vereadores Roberto Pinto (PTC) e Thiago Ferrugem (PR), o vereador afastado Vinicius Madureira (PRP), a suplente de vereadora Cecília Ribeiro Gomes (PT do B), além de Marcos Andre Elias de Freitas e Bruno Bastos Gomes. De acordo com a testemunha, um homem sentou ao seu lado e falou para que ela negasse tudo. O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu cópia do depoimento. Outra audiência para ouvir mais 17 testemunhas foi marcada para dia 27 de novembro, às 10h. De manhã ocorreu outra audiência, mas de defesa em Ação Penal que tem como réus Linda Mara (PTC), Ozéias (PSDB), ambos vereadores, além do ex-subsecretário de Governo Alcimar Ferreira Avelino, o escrevente do Cartório do 24º Ofício Carlos Alberto Soares de Azevedo Junior, Maria Elisa de Souza Viana de Freitas e Jossana Ribeiro Pereira Gomes. O único que não apresentou testemunha de defesa foi o ex-assessor parlamentar Nalto Muniz. Nesta Ação Penal, assim como na de Wladimir Garotinho, foi estabelecido prazo de 10 dias para alegações finais.
A mulher que teria sido coagida seria uma das últimas testemunhas a ser ouvida, mas a promotora Patrícia Monteiro Alves Moreira Baranda, ao tomar conhecimento da abordagem que ocorrera no lado de fora da sala de audiência, pediu ao juiz Ricardo Coimbra a inversão dos depoimentos. Até então estavam sendo ouvidas as testemunhas gerais e depois seriam as que falariam sobre cada réu. A promotora solicitou, também, que as testemunhas fossem retiradas do corredor e levadas para um local a parte.
A mulher, que chegou a chorar ao ser questionada sobre o caso, era testemunha do MPE contra Cecília Ribeiro Gomes. Ela disse que, depois que o homem falou com ela, não o viu mais. Outras testemunhas também teriam sido abordadas. Sobre a questão do Cheque Cidadão, ela contou que recebeu de uma mulher chamada Viviane, que foi ao portão dela oferecer o benefício. Contou, também, que Viviane teria pedido voto para Cecília.
Outras duas mulheres confirmaram que também foram procuradas - uma em casa e outra numa igreja - por Viviane. Ela teria frisado que não era compra de votos. Porém, no momento da entrega, que aconteceu na rua, para uma Viviane teria dito que contava com o voto para Cecília. A outra relatou que a entrega foi feita por um homem identificado como secretário de Cecília.
Cassiano - Defesas dos réus pediram que o delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano e o escrivão que acompanhou os depoimentos sejam convocados para esclarecimentos. Isso porque os primeiros depoimentos das três mulheres foram colhidos na casa de uma delas. O advogado Carlos Fernando dos Santos Azeredo questionou se o delegado leu os direitos constitucionais e disse que elas tinham o direito de ficar em silêncio. Uma delas afirmou que não.
Pela manhã, oitiva de defesa em outra AP
De manhã ocorreu outra audiência, mas de defesa em Ação Penal que tem como réus Linda Mara (PTC), Ozéias (PSDB), ambos vereadores, além do ex-subsecretário de Governo Alcimar Ferreira Avelino, o escrevente do Cartório do 24º Ofício Carlos Alberto Soares de Azevedo Junior, Maria Elisa de Souza Viana de Freitas e Jossana Ribeiro Pereira Gomes. O único que não apresentou testemunha de defesa foi o ex-assessor parlamentar Nalto Muniz. Após as testemunhas, foram escutados Ozéias, Nalto e Maria Elisa.
Ozéias, que foi o primeiro a falar, garantiu que todas as acusações do Ministério Público contra ele são falsas: “Todas as acusações do Ministério Público são falsas. Quero deixar claro que sou dono de uma auto escola além de ser vereador, então quando Ministério Público alegou que fui preso em flagrante por que me encontraram vendendo voto para três rapazes. Essa afirmação é falsa porque esses rapazes na verdade estavam lá fazendo orçamento para a carteira de habilitação e foi isso que eles disseram para Polícia Federal”, acrescentando que estranha o fato de Alessandra (que, segundo as investigações, teria gravado um áudio sob coação) hoje exercer um cargo de chefia na UBS de Travessão.
Nalto também negou qualquer irregularidade e disse que tentou ajudar Alessandra. Já Maria Eliza afirmou ser muito amiga da Alessandra e disse que quando esta saiu da delegacia estava transtornada. Segundo ela, teve que mentir por causa da pressão que estavam impondo. Ela contou que Alessandra relatou que por várias vezes na delegacia abriram a porta do carro da polícia dizendo que ela seria presa se não falasse a verdade, que segundo ela já tinha dito.
Maria Eliza disse que não pôde se envolver muito nesse tempo porque estava com seu marido internado em Itaperuna, mas deixou claro que jamais ameaçou Alessandra. E concluiu dizendo que não conhece Beth Megafone.
(S.M.) (J.B.)

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