"Cães de Aluguel" no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis 21/11/2017 17:22 - Atualizado em 25/11/2017 14:30
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ENTITY_quot_ENTITYCães de AluguelENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
“Considerando ‘Cães de Aluguel’ como o primeiro filme de (Quentin) Tarantino como diretor, acho que ele tem a importância que só outro primeiro filme na carreira de um diretor teve para o cinema, que foi ‘Cidadão Kane’ (Citizen Kane, 1941), de Orson Welles”. A comparação foi feita pelo jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa, que apresentará “Cães de Aluguel” (Reservoir Dogs, 1992), dirigido por Tarantino, nesta quarta-feira (22) à noite, no Cineclube Goitacá. A sessão, que começa às 19h, acontece na sala 507 do edifício Medical Center — localizado à esquina das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio, no Centro de Campos. A entrada é gratuita.
— Falo “considerando ‘Cães de Aluguel’ como o primeiro filme de Tarantino” porque ele tem um longa-metragem anterior que não chegou a ser lançado comercialmente, pois teve problemas com a edição. E acho a comparação de “Cães de Aluguel” com “Cidadão Kane” muito justa. O primeiro não fica atrás para o segundo. Orson Welles mudou literalmente a maneira de fazer cinema. Ele mudou a forma de se fotografar, de enquadrar, criou planos e enquadramentos. Já Tarantino apresenta um diálogo muito franco com tudo o que veio antes dele. É um filme que tem esse poder de Moisés no mar vermelho em relação ao cinema — falou Aluysio.
Em “Cães de Aluguel”, Joe Cabot (Lawrence Tierney), um experiente criminoso, reuniu seis bandidos para um grande roubo de diamantes. Porém, esses seis homens não sabem nada um sobre os outros. Além disso, cada um utiliza uma cor como codinome.
Durante o assalto, algo saiu errado. Isso porque diversos policiais esperavam no local do crime. Mr. White (Harvey Keitel) levou Mr. Orange (Tim Roth) para o armazém onde tinha sido combinado que todos se encontrassem. Na fuga, Orange levou um tiro na barriga e morrerá se não receber logo um atendimento médico.
Também chegou Mr. Pink (Steve Buscemi), que está certo de que um deles é um policial disfarçado e eles precisam descobrir quem os traiu. Em um clima de acusações mútuas, a situação entre eles fica cada vez mais insustentável.
Aluysio lembrou que o filme que marcou a estreia de Tarantino completou 25 anos de lançamento este ano.
— Quando (o advogado e publicitário Gustavo) Oviedo comentou comigo sobre isso, tomei um susto, porque já é um quarto de século — disse ele, que se lembrou da primeira vez que assistiu a “Cães de Aluguel”.
— Fiquei muito impactado. Lembro que comentei com meu pai, Aluysio (Cardoso Barbosa): “papai, olha só. O cinema como a gente conhecia mudou”. Mesmo tendo visto o filme apenas uma vez, eu falei isso para ele, que também era cinéfilo, com muita segurança. Eu comentei que tinha um cara que estava dialogando com tudo o que o cinema produziu antes, em um diálogo aberto, e ainda colocando uma nova maneira de fazer cinema — lembrou.
E era realmente isso que Tarantino estava fazendo pelas chamadas “telonas”.
— Inclusive, fico, de certa maneira, feliz de, 25 anos depois, entender que aquele jovem que eu fui estava absolutamente correto sobre isso. Tarantino, com este filme, mudou a forma de se fazer cinema no mundo.
O apresentador da noite também apontou curiosidades em relação a “Cães de Aluguel”.
— Um fato que me impressionou muito é que este foi um filme muito barato. Ele se passa em grande parte dentro de um balcão. Há poucas externas. Também conta com um elenco que, naquele momento, só tinha o Harvey Keitel de conhecido internacionalmente. Claro que os demais atores se tornaram conhecidos logo depois. Outra história interessante é que Tarantino, que também é ótimo roteirista, inicialmente fez três roteiros: “Cães de Aluguel”, “Amor à Queima-Roupa” e “Assassinos Por Natureza”. E ele vende os dois últimos roteiros para, com o dinheiro, filmar o primeiro.
Aluysio contou que, para ele, “Cães de Aluguel” é o melhor filme de Tarantino.
— Também gosto muito de “Pulp Fiction — Tempo de Violência” (Pulp Fiction, 1994), segunda obra da filmografia dele, e “Os Oito Odiados” (The Hateful Eight, 2015).

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