Diante dos castelos políticos caindo aos pedaços no Governo do Rio, com revelações pipocando feito uma pistola .40 em direção a um alvo novo à cada dia, misturando no mesma ocorrência executivo, legislativo, público e privado, como se sentem os funcionários estaduais?
Como sai de casa um professor sentindo-se tungado em seus salários? Como vai para as ruas um policial militar sabedor que o maior assalto não conseguiu evitar?
Contra ele mesmo, seus amigos, colegas, toda a classe servidora estadual e os cidadãos.
Policiais morrem todos os dias como baratas atingidas por um Detefon gigante e implacável.
Mas a pior morte é a psicológica, emocional, espiritual, precedida pela desmotivação, seguida pela depressão.
Zumbis fardados cumprindo ordens mais do próprio coração guerreiro do que as de sempre.
Heróis a qualquer momento vilões no julgamento sumário da mídia e da opinião pública.
Enquanto um governo se revela em sua total inconsequência, como soldados pretorianos resistem ao caos que seria se cruzassem os braços.
Mas não farão isso. Continuarão nas esquinas, nos morros, nas avenidas, nas vielas, nos becos, nas comunidades, na periferia e nas cidades defendendo o que juraram defender.
Até serem valorizados um dia ou serem totalmente dizimados como já são minuto após minuto.