As Eleições Sem Fim
11/03/2017 08:37 - Atualizado em 11/03/2017 08:38
Como saber o que é justa reivindicação e irada reclamação, poucos meses depois de uma campanha política
Uma, luta pelo que a comunidade precisa, a outra, guerreia em nome do ressentimento. Nas redes sociais, ambas acharam seu espaço, mas é a segunda a mais espetacular pela própria capacidade explosiva de um ressentido.
Ele não representa a maioria, ele fala por si mesmo. A derrota política ainda não digerida o faz agressivo e nem um pouco preocupado em esconder seus reais motivos, até porque não tem como ocultar. É como o cônjuge traído ou abandonado. Leva uma vida inteira a deglutir uma mágoa infinita como uma jibóia depois de comer um boi.
Aquele que grita por um buraco em sua rua, por melhorias no atendimento público, por lazer, cultura, arte, dignidade e fontes de emprego, é o cidadão querendo o melhor, mas a sua legitimidade e boa educação nos modos, o faz diferente. É gentil demais para a selva em que está.
Uma leitura mais atenta das postagens inúmeras destaca rapidamente quem é quem.
Acrescente aos insatisfeitos por terem perdido o que usufruíam ou esperavam ganhar, os que juntaram-se ao lado vencedor na antiga esperança da benesse pessoal. É uma outra espécie de revoltado de letal perigo, indignado por ainda não ter sido contemplado com um cargo, aquele que,  foi capaz de trair uma vez, o fará de novo.
Todos esses tipos e mais alguns, douram suas atitudes, justificam-se, acham-se donos da razão e combatem sem trégua. Outros, conseguem por meios mágicos, transpor a muralha e como figuras de muita importância política, passam a ganhar o almejado.
Sem nada fazer, produzindo apenas para si e família. Nada fica oculto, todo jogo é revelado, seja em Campos ou Alto Caparaó, em Cardoso ou Cambuci, em Itaperuna ou Iúma, Rio ou Santos. O tamanho da cidade não interfere, os acontecimentos dos bastidores não possuem sistema anti-vazamento. E o que é costurado com o máximo segredo à noite, rasga-se rápido na manhã seguinte.
O mais prejudicado é o povo, afinal a quem interessa a continuidade de tantos ataques, críticas e desabafos, tentando minar o trabalho dos eleitos? Porque torcer tanto contra, sabedor do mal que se faz ao município?
As redes sociais não são as culpadas. Elas apenas aceleraram as goteiras transformando-as em Cataratas do Iguaçu. A impressão obtida é de uma campanha eterna, pior ainda, afinal, o que era antes total união para vencer, fragmenta-se nas águas revoltas da vaidade em disputas por quem é o mais importante, seja no baixo ou alto clero de uma administração com muitos secretários, chefes e assessores sentindo-se mais importante do que o prefeito, governador e presidente.
Nisso, somente os bons se salvam. O resto vai sendo queimado. E lenta ou rapidamente, serão sempre os últimos a perceberem.
A VISÃO DE UM ADMINISTRADOR DA INICIATIVA PRIVADA SOBRE O ASSUNTO
Luis Adriano Silva*
Política é fundamental para o homem. É através dela que temos que investir. Não podemos desistir desta em virtude desse momento dramático que a atinge. A grande chaga do país se chama disputa eleitoral, essa deveria ser encerrada com o fim das eleições, em todas as esferas. Prolongá-la prejudica, sobretudo, o fim maior da política : o bem estar do cidadão. Não confundam oposição com disputa eleitoral antecipada ou esticada. A primeira é saudável, a última nefasta.
*Luis é CEO do Grupo Redentor de Ensino

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    Sobre o autor

    Nino Bellieny

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