Cérebros e Atitudes
24/03/2017 13:36 - Atualizado em 24/03/2017 13:37
 
Rir sozinha, cantarolar olhando para o céu, sentir a brisa afagar o rosto, andar descalça, soltar os cabelos abraçando o vento, tomar banho de rio, de mar, de cachoeira... Se permitir...
Se permitir desobedecer, revolucionar, comemorar aquela alegria “boa” da vida, rir do nada... Ser você e se amar do jeito que você é, sem julgamentos ou regras... “Que nada nos limite, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.” Simone de Beauvoir... Ser mulher... E ser mulher é estar preparada para a vida... Os tremores do dia-a-dia são inevitáveis... Mas estar preparadas para o terremoto, nos faz nos sentirmos vivos... E nós mulheres, damos sempre um passo à direita, ou à esquerda, em busca de um novo centro de gravidade. Talvez duas palavras que nos definam: novo e gravidade... Estamos sempre “descascando”, trazendo um jeito novo, um novo olhar, uma nova forma de vestir e ser da nossa alma, e isso, nos permite transgredir o velho, o absoluto, o preconceito, o enrijecimento da sensibilidade...
Buscar a gravidade, sendo sempre, o tempero do equilíbrio das relações, o porto seguro, o meio termo, os pés no chão e a cabeça nas estrelas, nos permite sonhar e com isso manter a juventude dos planos, o frescor da alma, o centro de gravidade das nossas famílias...
Que possamos sempre cultivar o amor, pois tristeza não dá flor... E está em nossas mãos florir sempre, plantar e replantar, trazer leveza e boas energias aos nossos ambientes, sermos plenas de vida onde quer que estejamos, enfim... Sermos mulheres de cérebros e atitudes.
O compositor Dominic Mc Clurkin canta uma música que diz: “O que fazer quando você já fez tudo o que podia e mesmo assim nunca parece o bastante? O que você dá quando já deu tudo e mesmo assim parece que não vai conseguir?” A resposta do refrão é simples: “Se mantém firme”. E é nisto que reside a nossa força: na capacidade de enfrentar, resistir e prosseguir, seja qual for o cenário, ou o centro de gravidade. O tempo voa. Não nos espera... E desta forma, só temos um caminho. Continuar crescendo como pessoas, profissionais, em nossas relações... E todo aquele que passa pelo nosso caminho faz parte do que somos hoje... Portanto, mutação, também nos traduz... Nos vestimos e revestimos de tantas mulheres, em tantos papéis, com tantas facetas, que só podemos nos amar pela infinita aquarela que permitimos nos transmutar e desfiar um infinito de cores....
“Acordei, fui ao banheiro, olhei no espelho e vi alguém pelo qual vale a pena viver.” Como nos diz com propriedade Clarice Lispector, que possamos ser sempre esta mulher pela qual vale a pena viver. Depende simplesmente de nós alcançarmos que se não eliminarmos algumas coisas de nossa vida, essas coisas eliminarão a vida que existe em nós. É sempre tempo de recomeçar!
E diante de tantas possibilidades que a vida nos oferece: “Suba bem alto, inspire o ar rarefeito, veja o que nunca foi visto, parta, perca-se, mas faça a escalada” Edna St. Vincent Millay... Partimos sempre, não aceitamos um não como resposta, se um sim será melhor para o coletivo. Evoluir é um processo de escavação que dura a vida inteira! É preciso cavar fundo. É preciso se auto conhecer para então vislumbrar o por do sol que a vida nos descortina todos os dias... “Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores... Eu sou aquela mulher, a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar as palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista. Creio numa força imanente que vai ligando a família humana numa corrente luminosa da fraternidade universal. Creio na solidariedade humana. Creio na superação dos erros e angústias do presente.” Cora Coralina
Porque nada faz uma mulher mais bonita do que acreditar em si mesma, e acreditar sempre... E a maturidade chega a medida que vivemos em paz com aquilo que não podemos mudar... Nos tornamos plenas e felizes... Pois as culpas, desculpas e culpados são pesos desnecessários que travam os nossos passos, corroem os nossos laços e nos impedem o caminhar. Assumamos pois a responsabilidade que nos cabe, reparemos o que for possível e avancemos sem olhar pra trás.
Escalar, plantar flores e amores, não se limitar, que a liberdade seja nossa forma de amar e nos ensinar a amar.... Não guardamos mágoas, guardamos boas lembranças que nos façam crescer, e quando a vida quiser tirar o nosso folego, simplesmente aproveitemos... porque a vida sempre nos tira para dançar... mesmo quando achamos que ela não está no nosso ritmo... Somos Mulher de Flores e Aço, Cérebros e Atitudes.
Com afeto,
Beth Landim

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    Elizabeth Landim

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