Belido: "Temer vive o seu pior momento"
08/02/2017 11:43 - Atualizado em 08/02/2017 11:53
Ao mesmo tempo que o presidente Temer emplaca aliados nos comandos do Senado e Câmara, o que, em tese, lhe garante razoável zona de conforto, por outro lado vê baixar sua já frágil popularidade com a resistência que cresce nas ruas e os focos de insatisfação no meio político.
A indicação na 2ª-feira, 06, do ministro da Justiça, Alexandre Moraes (ex-advogado de Eduardo Cunha) para o STF, repercutiu mal e muitos classificaram como de indisfarçável cunho político. Antes, a nomeação de Moreira Franco (agora com foro privilegiado) e o aumento no número de ministérios já haviam elevado a tensão em torno do Planalto.
Em sua página dominical na Folha da Manhã, o jornalista Guilherme Belido fez uma ampla análise do que definiu como “péssimo momento de Temer”, destacando que as tão difundidas ‘medidas de austeridade’ do governo federal atingem quem ganha 1, 2 e 3 salários, mas não passa nem perto dos que ocupam cargos recheados de regalias e com vencimentos superiores a 30 salários.
Para Belido, o sacrifício vai para quem já está endividado, pendurado no cartão de crédito e no cheque especial, com as contas em atraso e vendo as dívidas se avolumarem. Mas não mexe com os detentores de super-salários e privilégios.
Lembra, ainda, que a sociedade começa a se rebelar por não ver resultados na economia e tampouco mudança no tratamento político. Para ele, a população olha para a nomeação de Moreira Franco, envolvido na Lava Jato, e aponta para à de Lula, no episódio da Casa Civil. Aliás, a oposição já admite questionar no Supremo Tribual Federal (STF) a ida de Moreira para a Secretária-Geral da Presidência (status de ministério) no momento em que as delações da Odebrechet vêm à tona.
Para o jornalista, o brasileiro tolera bagunça política em tempos de economia estável (como aconteceu no mensalão), e suporta arrocho financeiro quando vê seriedade na política. Mas, os dois juntos, não costuma engolir.

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    Christiano Abreu Barbosa

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