Marcelo Odebrecht presta depoimento hoje
Suzy 04/08/2016 14:48
marcelo odebrecht   O empresário Marcelo Odebrecht presta depoimento à Procuradoria Geral da República hoje, segundo antecipou o jornal Valor Econômico. Condenado a 19 anos e 4 meses de prisão, Marcelo negocia acordo de delação premiada, considerado inevitável pelo grupo para que seu herdeiro não cumpra um longo período de pena. Segundo informações obtidas pelo jornal O Globo, o depoimento ocorrerá na sede da PF de Curitiba. O empresário se comprometeu a falar sobre as obras do governo federal, especialmente do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do qual o Grupo Odebrecht participou, o que deve incluir também propina paga a políticos nos estados. Pelo menos 90 termos de depoimento foram apresentados por Marcelo, que deve não apenas relatar fatos novos como se comprometer a ajudar a comprová-los. Cada termo corresponde a uma obra ou fato específico a ser delatado. O Globo antecipou que, nas negociações do acordo de delação premiada, executivos da construtora Odebrecht, além de Marcelo Odebrecht, apontaram mais de cem deputados, senadores e ministros, entre outros políticos, como beneficiários diretos de desvios de dinheiro público, ou como recebedores de outras vantagens, como repasses de verba para suas campanhas, por exemplo. Mais de 100 políticos e 10 governadores devem ser citados, mas não há detalhes sobre o que será dito sobre eles. As delações devem implicar tanto o ex-presidente Lula quanto a presidente afastada Dilma Rousseff, além de líderes da oposição, como o senador Aécio Neves. A Odebrecht admitiria que fez favores ao ex-presidente – como as obras no sítio de Atibaia – e que em troca recebeu favores nos países em que têm obras. Para a empreiteira, porém, a ajuda de Lula no exterior era um lobby natural para um ex-presidente. Com o governo de Dilma Rousseff, os executivos teriam sido menos benevolentes. Lista Em março (aqui), documentos apreendidos pela Polícia Federal mostraram possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. O site Uol (aqui) teve acesso aos documentos, nos quais estão citados os prefeitos de Campos, Rosinha Garotinho (PR);de Macaé, Dr. Aluizio (PMDB); e de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino. E ainda os ex-governadores Anthony Garotinho (PR), marido da prefeita de Campos e seu atual secretário de Governo, e Sérgio Cabral (PMDB), o governador Pezão (PMDB), os deputados federais Clarissa Garotinho (PR), Rodrigo Maia (DEM), Otávio Leite (PSDB) e Eduardo Cunha (PMDB), o senador Lindberg Farias (PT). O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), também é citado, assim como os deputados estaduais Paulo Melo e Jorge Picciani, ambos do PMDB, entre outros políticos fluminenses. Na ocasião, todos negaram qualquer irregularidade. No dia seguinte, a revista Veja (aqui) afirmou que a prefeita Rosinha havia recebido R$ 1 milhão em bônus da empreiteira. Atualização: No texto.

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    Suzy Monteiro

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