Mulher morre após peregrinar por mais de 7 horas em busca de atendimento
Suzy 16/05/2016 15:26
cintia A bacharel em Direito Cintia Cristina Ribeiro Alcino, de 45 anos, morreu na noite deste domingo em um hospital particular de Campos.Segundo familiares, ela teve atendimento negado em várias unidades públicas e, por fim, foi a óbito. Os familiares suspeitam de H1N1 ou de uma forte reação alérgica. A mulher e o filho participavam do Orquestrando a Vida. Atualização com base em informações do repórter Marcus Pinheiro: Após ter atendimento negado nos dois principais hospitais públicos do município por falta de vagas, a bacharel em direito e professora Cíntia Cristina Ribeiro Alcino, 45 anos, morreu na tarde desse domingo (15), no Hospital Unimed, em Campos. A paciente, que peregrinou pela vida durante mais de sete horas, segundo familiares, foi inicialmente atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarus, onde teria sido medicada com remédio para o fígado e liberada em seguida. A mulher apresentava quadro de fraqueza e crise alérgica. Ao chegar à casa, e sem apresentar melhora, a paciente foi levada para a Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Saldanha Marinho, onde, de acordo com a família, teria sido acolhida e ficado no soro. No entanto, devido à gravidade do caso e à falta de materiais básicos, os exames clínicos estavam suspensos e desta forma a investigação do quadro não poderia ser feita na unidade. Sob auxílio da médica de plantão, que teria verificado a necessidade emergencial de internação, Cíntia foi encaminhada para o Hospital Ferreira Machado (HFM). Ao chegar à unidade, a paciente passou pelo acolhimento mais uma vez, no entanto, seu atendimento teria sido negado, após 40 minutos de espera em uma maca no corredor, em virtude da falta de vagas no hospital. Sem conseguir atendimento médico no HFM, familiares da paciente — que a esta altura já estava há mais de cinco horas em busca de socorro — encaminharam a mulher para o Hospital Geral de Guarus (HGG), que também não autorizou a recepção de Cíntia. Familiares afirmaram que a paciente não foi autorizada a desembarcar da ambulância, também pela falta de vagas para internação. Desesperados, os familiares buscaram socorro no hospital privado Unimed, onde mais uma vez a paciente teria recebido recusa no atendimento. Entretanto, segundo a família, o motivo do não acolhimento teria sido a falta de convênio médico. Os familiares afirmaram que a negociação com a administração do hospital privado teria durado cerca de uma hora, enquanto a paciente aguardava na ambulância. Somente após a promessa de pagamento, Cíntia teria sido acolhida e recebido o primeiro atendimento na unidade. Entretanto, a peregrinação não teve um final feliz. De acordo com familiares, em virtude do agravamento do quadro da paciente, a administração do hospital teria exigido o pagamento imediato da quantia de R$ 1.700 referentes aos serviços de primeiros socorros, como condição para transferir Cíntia para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com mais essa demora, a paciente morreu duas horas após dar entrada no Hospital Unimed.

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    Suzy Monteiro

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