"Meninas de Guarus": o que há além das notícias e dos pré-julgamentos?
Alexandre Bastos 19/10/2014 15:51
Meninas de Guarus – Um caso sórdido, mas faltando ingredientes  Por Esdras Pereira 

"Nesse sórdido caso das “Meninas de Guarus”, tanto faltam quanto sobram ingredientes. Essa história é composta por pedofilia, drogas, homicídio, poder e extorsão; esse último, um quesito vital que precisa ser minuciosamente investigado para que a justiça seja feita em sua plenitude, não foi sequer citado pelos afobados “repórteres” artesanais de internet, ignorando que ele cria fortes suspeitas sobre a veracidade de alguns depoimentos que poderiam ter sido manipulados e, eventualmente, utilizados para fins escusos por quem deveria fazer cumprir a lei, e não servir-se dela.

O caso é escabroso e formado por vários crimes com gravidades diferentes. Colocar todos os envolvidos no mesmo saco é uma atitude temerária, pois mesmo que a inocência de alguns réus de hoje seja provada amanhã, o mal já estará feito e será irreparável. Por isso o indispensável segredo de justiça, ou, pelo menos, o respeito ao contraditório, a defesa, deveria ser amplamente observado por todos que noticiam os fatos, sejam eles amadores ou não.

Como um dos primeiros a apurar profundamente essa sórdida história, sempre me reservei o direito de não publicar os nomes daqueles que não houvessem sido indiciados como integrantes ativos da quadrilha, como o chefe dela preso em flagrante.

Através da Revista Somos Assim ou dessa coluna na Folha da Manhã, sempre clamamos que fosse feita justiça nesse caso, estranhamente dormitando por tempo excessivo em algum escaninho do judiciário. Esse despertar em novas mãos me traz a esperança de que a justiça finalmente será feita, mas que seja realmente justa, excluindo quem possa ter sido injustamente incluído e incluindo aqueles que possam ter sido excluídos de forma pouco recomendada. Como já dizia meu avô, cautela e chá quente não fazem mal a ninguém…"

Fonte: Blog do Esdras Pereira (aqui) _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ [caption id="attachment_28578" align="alignleft" width="162"] Gustavo Matheus[/caption]

Por Gustavo Matheus: 

Muita calma nessa hora

O mais sensato talvez fosse ficar quieto e deixar o vendaval de desinformações, pré-julgamentos e análises distorcidas assentar, mas infelizmente não consigo. Sei também que não sou a pessoa mais imparcial para comentar o que considero uma tremenda covardia, e um carnaval de interesses, para atingir um político que vivia um momento ascendente em sua carreira, mas ninguém que o conhece jamais será.

A situação é delicada, já que o caso Meninas de Guarus repugna qualquer um. Trata-se de um aglomerado de crimes hediondos e perversos, cometidos pela escória dos marginais, que ultrapassam a sensibilidade de toda gente da comunidade. Porém, independente do nosso sentimento de revolta, não podemos ser levianos. Alguns abutres com agenda política sobre o caso insistem em promover uma pública crucificação, bem precoce. Os mais lúcidos precisam interferir e analisar com calma. Até porque, não há dúvidas de que a situação virá a ser esclarecida em breve. Infelizmente, a mácula atrelada à imagem de Nelson Nahim já foi feita, e não há juiz ou júri que o inocentem do preconceito popular. Sequer sabemos qual seria a sua suposta participação no escândalo, se é que houve alguma, e ainda assim algumas pessoas não hesitam em bradar “pedófilo”. Nelson é um político respeitado, mas antes disso é um pai, marido, avô, irmão, tio e filho. E com este movimento circense promovido por alguns, as pessoas acabam se esquecendo de que quem mais sofre é a família.

Sem um julgamento e, muito menos uma condenação, não há culpado. E deste nefasto episódio ainda virão muitos esclarecimentos à superfície. Só espero, de coração, que esta não seja apenas uma agenda para prejudicar alguém que vinha numa crescente na região, como principal personagem da oposição junto com outros nomes, e que estes crimes hediondos, praticados por covardes, sejam apurados com afinco. A investigação não pode recuar agora. Não interessa o nome de quem esteja no tal inquérito, a justiça tem que ser feita em sua plenitude. Fazer pose, transformar a situação em um circo político, é fácil. Quero ver mesmo é esse imbróglio chegar ao fim, com os criminosos, os verdadeiros criminosos, respondendo pelos seus crimes. A justiça tem que ser feita. O ministério público não pode se dar por satisfeito, pois houve de tudo até agora, durantes estes cinco anos, menos justiça.

Artigo publicado na edição de hoje (19) na Folha e no blog "Opiniões" (aqui).

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