O colunista do Globo e da Folha de S. Paulo Mario Sergio Conti achou que tinha "esbarrado com a notícia" na ponte aérea, no fim da tarde de quarta-feira. Sentou-se ao lado de um sósia do técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, e achou que se tratava do próprio Felipão e que este viajava com ninguém menos que o garoto de ouro da Copa, Neymar. A dupla de sósias não causou alarde no voo que saiu do Rio às 17h40m para São Paulo, mas Conti notou que as comissárias olhavam para o garoto parecido com Neymar com interesse e deferência. O colunista do Globo puxou conversa com o "técnico", que respondeu a todas as perguntas: sobre o zero a zero com o México, o time da Itália, os favoritos para o Mundial...
- Ele respondia coisas sensatas - diz Conti, ao falar sobre a entrevista com Wladimir Palomo, sósia de Felipão e que confundiu o colunista.
Depois da conversa, Palomo ainda deu a ele um cartão em que estava seu nome verdadeiro, com a informação de que se tratava de um sósia. Mas Conti afirma que achou que Felipão havia feito uma brincadeira depois de se recusar a participar do seu programa na GloboNews dizendo estar muito ocupado durante a Copa. "Achei que era o Scolari, tive certeza de que era ele. Eu estava lá esperando o voo, ele entrou, sentou-se ao meu lado. Eu fui perguntando e o cara respondendo. Não é que ele queria ter me enganado. Longe disso", disse Conti, que contou que nunca se encontrou pessoalmente com o técnico e que só o via pelos jogos na TV.
Achando ter uma notícia quente do dia, Conti escreveu uma coluna e enviou para "O Globo" e a "Folha de S.Paulo", da qual também é colunista. O texto chegou a ser publicado nos sites dos dois jornais por cerca de uma hora, mas foi retirado do ar. Alertado que Felipão estava em Fortaleza, Conti diz que ligou para o número do cartão do sósia e confirmou: aquele era Palomo. "Desliguei imediatamente e fui apagar o 'incêndio'", contou o jornalista, que então ligou para as redações.
Bem humorado, o colunista diz que a sorte é que o erro não causou danos a ninguém e "não vai alterar o resultado da Copa". "Realmente foi um erro tolo. Agi de boa fé. Percebi o erro e corrigimos, deu para corrigir. Não prejudiquei ninguém, a não ser eu mesmo", disse Conti, que brinca: "Hoje eu preferia ser um sósia de mim mesmo, preferia ser um homônimo, não ser eu. Mas, enfim, fiz um erro tolo", completou.
Fonte: O Globo