Fundo de Cultura: inscrições entre os dias 01 e 15 de julho
Alexandre Bastos 16/06/2014 21:51
[caption id="attachment_25223" align="aligncenter" width="504"] Inscrições deverão ser feitas no Trianon[/caption]

Foi publicado no Diário Oficial da última quinta-feira (12) o Edital de Apoio à Cultura. Os interessados em participar da seleção pública de projetos culturais e artísticos a serem premiados ou financiados com base na lei do Fundo Municipal de Cultura terão, ao todo, R$176 mil com essa finalidade. Os recursos são oriundos do orçamento da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL). Os setores artísticos contemplados são: artes cênicas, artes plásticas, cultura popular, urbana e literária. As inscrições acontecem entre os dias 01 e 15 de julho, no Teatro Municipal Trianon. É importante lembrar que os recursos para todos esses setores artísticos são menores do que o valor gasto pela Prefeitura em um único show do cantor Luan Santana (R$ 233,7 mil) na praia do Farol de São Thomé.

Segundo a presidente da FCJOL, Patrícia Cordeiro, este é o primeiro edital público voltado para o fomento à cultura e incentivo à produção artística da cidade, sendo um dos compromissos firmados pela Prefeita Rosinha Garotinho. “Além dos projetos desenvolvidos pela municipalidade, o edital dará oportunidade de todos aos produtores artístico-culturais de mostrarem seus trabalhos”. A presidente alerta aos representantes de associações de moradores e projetos sociais a participar. “Sabemos que nas comunidades são promovidas muitas atividades, principalmente com pessoas em situação de vulnerabilidade social. A população terá o prazer de conhece-los, através da realização dos festivais nas diversas vertentes contempladas no edital”, completa. Artes Cênicas — No campo das artes cênicas, o edital vai premiar com R$ 12 mil, três grupos de teatro que se apresentarem durante o Festival de Esquetes. As apresentações inéditas acontecerão entre os dias 15 e 16 de agosto, no Teatro de Bolso, e o tema é “Cenas da cidade”.

Música  — Serão também selecionados três projetos de espetáculos musicais, que receberão recursos destinados ao financiamento de montagens experimentais e inéditos na ordem de R$ 45 mil, cujo tema é livre.

Artes Plásticas – O edital destinado a financiar a Exposição Coletiva de Artes Plásticas (ExpoArt), com a temática: “Um olhar sobre a cidade” vai selecionar dez artistas plásticos com até três obras para exporem seus trabalhos. O valor disponibilizado é de R$ 80 mil. Festival de Arte de Rua - Os amantes do street dance vão participar do festival e premiar os três melhores grupos com o valor total de R$ 12 mil, a serem divididos. Dentro da valorização dos artistas de rua, os grafiteiros estarão no Encontro Tribo Grafite, em que será dividida a quantia de R$ 21 mil para os autores de sete projetos de painéis que serão premiados.

Contação de História - E “Quem quiser que conte outra” é o tema do edital de contadores de histórias que vai premiar os três melhores contadores, que dividirão a quantia de R$ 6 mil.

De acordo com o presidente do Conselho Municipal de Cultura, Orávio de Campos Soares, os projetos serão selecionados pelos representantes do conselho que serão escolhidos na próxima reunião ordinária. Os grupos devem juntamente com a ficha de inscrição, anexar o que for pertinente à área artística escolhida, como textos, layouts, CDs, DVDs, propostas de montagens e o que for esclarecedor para a comissão de seleção dos trabalhos. Cada vertente artística terá um regulamento especifico que deve ser publicado até o dia 25 de Junho.

Críticas — Em dezembro do ano passado, durante a votação do Orçamento para este ano, o vereador Rafael Diniz (PPS) fez um desabafo na tribuna da Câmara. “Uma cidade com um Orçamento de R$ 2,5 bilhões pretende destinar R$ 176 mil para o Fundo de Cultura? Vale lembrar que apenas no show da Maria Bethânia o governo gastou muito mais do que isso (cerca de R$ 233 mil). Tentamos aprovar uma emenda destinando R$ 2 milhões, mas a bancada governista negou”, disse Rafael, que foi além: “Já disse e repito: Acho que existem duas cidades. Uma cidade real, onde falta leite especial para as crianças e pacientes esperam em filas, e uma cidade cor de rosa e maravilhosa onde um governo acha que não deve e não teme. Eu não vivo nesta cidade rosa. Na minha cidade eu vejo um governo que deve e teme”, disparou.

"O que se faz com R$ 176 mil?” Esta foi a pergunta, em tom de ironia, lançada pelo diretor teatral Antonio Roberto Kapi ao comentar a aprovação deste valor para o Fundo Municipal de Cultura. Para Kapi, o valor não é nenhuma novidade, haja vista a existência do que denominou de “Câmara situacionista”, em que a maioria dos vereadores é alinhada ideologicamente ao governo da prefeita Rosinha. “Eu não esperava outra coisa. Quando o Fundo não foi contemplado na primeira proposta da Câmara já foi estranho. Em uma atitude pequena aprovaram essa verba. Lamentável é saber que a prefeita teve o início de sua trajetória nos palcos. Deveria ser sensível às questões culturais. O teatro foi o meio para sua ascensão política”, disse Kapi em entrevista à Folha, publicada em dezembro (aqui).

O pesquisador Aristides Soffiati destacou que o valor a ser investido na cultura deveria ser muito maior. “Minha proposta continua a mesma: 1% do orçamento geral para 2014. A cultura precisa de muito dinheiro para montar uma estrutura que possa promovê-la e protegê-la. Se pensarmos nas vertentes patrimonial e de promoção cultural, esta verba não consegue sequer atender à manutenção do que existe”, disse o pesquisador.

Fontes: Ascom/FCJOL e Folha Online

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