Rockfeller: "A política virou um negócio"
Alexandre Bastos 16/04/2014 16:27

O ex-prefeito Rockfeller de Lima, que anda afastado do ambiente político, comentou hoje (16), durante as comemorações pelos 50 anos da Apoe, sobre um tempo sem os royalties do petróleo. De acordo com Rock, como é carinhosamente chamado pelos amigos, a política mudou muito. "Naquela época a política era um sacerdócio. Hoje, infelizmente, muitos tratamo ambiente político como negócio ou apenas para satisfazer ambições pessoais. Para se ter uma ideia, na década de 60, nós conseguimos erguer o Samdu da Saldanha Marinho em apenas dois meses. Isso mesmo, 60 dias! Não tínhamos muitos recursos, mas sobrava determinação e dedicação. Também construímos a sede da Apoe e o Palácio da Cultura, que na década de 70 foi considerada a obra mais bonita e moderna de todo o Brasil, com sua maquete exposta no Museu de Arte Moderna. Além de muitas outras ações que foram possíveis graças ao empenho de uma equipe que fazia uma política de verdade. Antigamente as pessoas capazes e influentes ajudavam os governos. Hoje, essas pessoas querem distância da política e dos políticos", afirmou.

Comentando sobre a importância da Cultura, Rock disse: "Na década de 70, após o Brasil ser tricampeão mundial, muitos prefeitos construíram estádios. Porém, achei que era mais importante construir em nossa cidade um Palácio da Cultura, que em seu projeto inicial contava com cinema, teatro e espaço para as mais variadas atividades artísticas. Além do Pantheon dos heróis campistas, que homenageia os grandes nomes desta planície. Hoje eu  vejo que muitos conceitos mudaram e o objetivo principal acabou se perdendo. Precisamos rever muitas coisas", disse o ex-prefeito.

Sobre o estado crítico do PU da Saldanha Marinho (aqui), o ex-prefeito disparou: "Vou resumir em uma palavra: lamentável".

Atualmente, mesmo com um Orçamento de R$ 2,5 bilhões, o que vemos são obras que se arrastam por anos e anos. Se na década de 60 era possível construir o PU da Saldanha Marinho em apenas dois meses, como podemos aceitar que, meio século depois, o Hospital São José, na Baixada Campista, conte com uma obra que teve início em 2011 e não terminou até hoje? E vale lembrar que o projeto foi anunciado pela prefeita Rosinha em 2009 (aqui). Ou seja, já são mais de cinco anos. Se o problema não é dinheiro, quais seriam os motivos?

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