A probabilidade de um negro ser vítima de homicídio é oito pontos percentuais maior, mesmo quando se compara indivíduos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes. Esse dado alarmante foi apresentado ontem, no lançamento da 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi), em Brasília.
Segundo o estudo, ser negro corresponde a pertencer a um grupo de risco, pois a cada três assassinatos, dois são de negros. Somando-se a população residente nos 226 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, calcula-se que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos.
Os dados são do artigo que escrevem em parceria, Segurança Pública e Racismo Institucional, que compõe a quarta edição do Bapi. Analisando o racismo institucional dentro das polícias, os autores conceituam o termo como sendo o fracasso coletivo das instituições em promover um serviço profissional e adequado às pessoas por causa da sua cor.
A pesquisa do Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - aponta que negros são maiores vítimas de agressão por parte de policiais que brancos. A Pesquisa Nacional de Vitimização mostra que 6,5% dos negros que sofreram uma agressão no ano anterior à coleta dos dados pelo IBGE, em 2010, tiveram como agressores policiais ou seguranças privados (que muitas vezes são policiais trabalhando nos horários de folga), contra 3,7% dos brancos.
(Fonte: Ipea)
Quer ter acesso à pesquisa completa? Clique
Ipea.