Alexandre Cardoso poderá ser afastado da presidência regional do PSB
rafaelvargas 25/09/2013 16:42

A executiva nacional do PSB decidirá na tarde desta quarta-feira se fará ou não uma intervenção no diretório estadual do partido no Rio e, consequentemente, o afastamento do presidente regional Alexandre Cardoso, prefeito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Segundo o deputado federal Glauber Braga, um dos autores da representação contra a direção regional, o pedido poderá ser aprovado pelos socialistas já que a maioria apoia a medida. A reunião ocorrerá em Brasília. O pré-candidato à presidência em 2014 pelo PSB, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, deverá comparecer ao encontro.

- O desfecho vai ser o afastamento do Alexandre Cardoso e de toda a direção. Ele (Cardoso) já vinha atuando há algum tempo como agente do governador (do Rio) Sérgio Cabral e do PMDB dentro do PSB - afirmou Braga.

O parlamentar acusou Alexandre Cardoso de encaminhar para o PMDB políticos interessados em se filiar ao PSB:

- O deputado (federal) Hugo Leal saiu do PSC e tudo estava certo para ele ir para o PSB. O Alexandre Cardoso o levou para uma reunião com Cabral no Palácio Guanabara para Leal entrar no PMDB. Ou seja: Alexandre atua como um laranja do Cabral e do PMDB.

Cardoso apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Atualmente, o PSB tem um cargo no primeiro escalão no governo Cabral: a Secretaria de Ciência e Tecnologia, comandada por Gustavo Tutuca, indicado ao cargo pelo próprio Cardoso, que também já ocupou o posto antes de se candidatar às eleições municipais do ano passado. Na representação, Glauber Braga também pede para o partido deixar a administração do PMDB no Rio.

A direção nacional do PSB, no entanto, ainda não decidiu se lança candidato próprio à sucessão de Cabral. Pré-candidato do PT, o senador Lindbergh Farias busca apoio do PSB. O petista ofereceu até a vaga de vice em sua chapa para os socialistas.

Nas eleições de 2012, Lindbergh fez campanha para vários candidatos a prefeito do PSB, entre eles Rubens Bontempo, eleito em Petrópolis, município da Região Serrana. Cabral quer lançar a candidatura do atual vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, e tem o apoio de Cardoso.

- Todo partido sonha em candidatura própria. Mas, no momento, queremos deixar o governo do PMDB - desconversou Glauber Braga. Cardoso, por sua vez, argumenta que o regimento interno do PSB não está sendo respeitado:

- Um afastamento não se decide em uma reunião de executiva e, sim, em uma reunião de diretório. O estatuto do partido não está sendo respeitado. Será que todos que defendem a Dilma estão errados?

O prefeito considerou o pedido de afastamento “um ato arbitrário”

- É um ato arbitrário. A maioria do diretório do PSB do Rio decidiu em apoiar Pezão. O acordo foi esse. Conversei com o Hugo Legal e disse que tínhamos a maioria e o levei para falar com o Cabral. Mas com a decisão do Eduardo Campos de entregar os cargos do governo Dilma, voltou a apreensão em relação à intervenção do partido.

Cardoso revelou ao GLOBO que já foi procurado pelo PMDB, PDT, PT e PCdoB, mas não sabe o que fará ainda sobre seu destino:

- Vou fazer uma reunião hoje à noite com pessoas do partido que são contra a intervenção e que defendem a reeleição da Dilma. O PSB que eu estou hoje é aliancista. Se esse partido não existe mais, o PSB está saindo de mim. Não quero guerra. Quero paz para ficar ou sair. Meus candidatos são Dilma e Pezão.

Fonte: O Globo

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