Em um dos posts anteriores falei da reação do deputado federal Anthony Garotinho (PR) contra a cassação do registro de sua esposa, a prefeita Rosinha. Até destaquei o fato de ele ter criticado a decisão - o que é seu direito - mas de maneira mais ponderada do que vezes anteriores. Desde ontem, porém, a indignação tem crescido. Já se falou em comoção, na indignação na população de Campos (?), convocação do comício para sábado e, principalmente, na suposta influência do governador Sérgio Cabral e do PT na decisão do TRE. Acho que deve ser apenas "explosão" de momento. Porque dizer que a Justiça pode ser influenciada seria acreditar que, no passado, quando Garotinho era governador, sucedido pela esposa, decisões contra seus desafetos poderiam ter sido influenciadas politicamente. Seria influenciada a decisão do TJ que afastou Arnaldo da prefeitura às vésperas do pleito de 2004? Seria influenciada a decisão que concedeu liminar no TRE devolvendo a elegibilidade ao casal dias depois de condenado em Campos por supostos abusos na campanha de 2004? Seria influenciada a absolvição, pelo TRE, do casal Garotinho e dos outros réus ligados a eles pelos mesmos supostos abusos em 2004? Em 2010, o governo federal era PT quando Garotinho obteve liminar para poder disputar a eleição à Câmara Federal, se consagrando o deputado mais votado da história do Estado. Houve influência? Acredito, na verdade, que essas palavras mais exaltadas são mesmo de indignação e defesa da esposa e não de quem conhece, a fundo, o poder.