PreviCampos de hoje e Caprev de ontem
Alexandre Bastos 15/06/2012 13:19

Não é a primeira vez que uma polêmica envolve um Instituto de Previdência dos Servidores de Campos. Matéria da revista "Época", publicada em 2010 (aqui), informa que, em seu primeiro mandato na Prefeitura de Campos, Anthony Garotinho criou a Caprev, Caixa de Assistência e Previdência de Campos. Para presidi-la, nomeou o amigo Jonas Lopes de Carvalho. Cada servidor do município sofria descontos de 8% a 11% por mês, dependendo da faixa salarial, para capitalizar a Caprev. No fim do governo, os adversários descobriram que o caixa da Caprev estava vazio. O amigo e então presidente da instituição diz que isso não é verdade. "Quando Garotinho deixou a prefeitura, havia na Caprev, que eu presidi, algo em torno de US$ 2 milhões", afirma Jonas.

Na mesma matéria, o ex-vereador Antônio Carlos Rangel lembra que, ocasião, apresentou ao plenário da Câmara Municipal um requerimento de informações sobre a Caprev. "Meu pedido foi rejeitado porque Garotinho tinha maioria", diz. "Dos 21 vereadores, apenas cinco votaram comigo." Rangel chama de "escândalo" o episódio da Caprev. A caixa de previdência seria desativada na gestão seguinte, de Sérgio Mendes. "Quando saí da prefeitura a Caprev estava em perfeito funcionamento", diz Garotinho. "Em meu segundo governo, auditei a Caprev e constatei que meu antecessor havia descapitalizado o fundo", afirma.

A revista "Época" teve acesso a um documento interno da prefeitura, o ofício 64/96, em que o ex-prefeito Sérgio Mendes informa à Caprev que herdou de Garotinho uma dívida de R$ 8,4 milhões e pede o parcelamento do débito.

Polêmica atual — Mais de 20 anos após essa polêmica durante o governo de Garotinho, o município vive um momento bem semelhante. Cerca de R$ 72 milhões foram aplicados pela PreviCampos em um Fundo de Investimentos de Direitos Creditórios (FIDC) do Banco Cruzeiro do Sul, que está sendo investigado por suspeita de fraude e lavagem de dinheiro. Hoje, o diretor do PreviCampos, Ricardo Pessanha Gomes, participa de Assembleia com os cotistas do Banco Cruzeiro do Sul, na Barra da Tijuca (RJ), para tratar também deste assunto. Na ocasião, ele tomará ciência do que pode ser resgatado de imediato, por se tratar de prazos determinados. Ricardo informou, ainda, que quem define as aplicações é o Conselho Deliberativo. O resultado da Assembleia será apresentado ao Conselho para apreciação, em reunião ordinária, que acontece no final deste mês, no Previcampos. Participam, também, da Assembleia desta sexta-feira, um membro do Conselheiro Deliberativo e um diretor do órgão.

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