Hoje Na Curva: Amor...
Suzy 04/04/2012 11:19
Um pouquinho de amor sempre é bom, né? Eis meu artigo publicado hoje na edição da Folha da Manhã:
Amor do início, para o fim ou para sempre...

Todo amor não deveria passar do início. Não, não estou ficando doida ou desacreditada desse sentimento que, como a fé ou por causa dela, é capaz de mover montanhas e sobreviver a tempestades. Mas, melhor formulando, todo amor não deveria deixar escapar o frisson do começo.

Existe algo misterioso e possível em todo amor que inicia. Você não sabe para onde ele vai, mas os olhos brilhando, as pernas trêmulas, o tal coração disparado abrem um caminho infinito. Porém, nada se compara à descoberta. Descobrir o outro, o outro descobrir vocês. Festejar as semelhanças, os gostos em comum, rir e passar por cima das diferenças tudo em nome do que nem sabe ainda o que será, mas já é.

É possível que aquela seja sua grande história de amor, aquela que vai seguir junto com sua vida, ser sua parceira, companheira de aventuras e desventuras. A pessoa que estará ao seu lado quando parir, nas cólicas dos filhos, nas doenças de infância, nos problemas da aborrecência, no casamento... até a casa ficar silenciosa outra vez.

Você passa na rua, olha e diz: é esse o pai (ou a mãe) de meus filhos, o avô (avó) de meus netos. Pouco importa se, passado algum tempo, aquilo não se torne verdade. Porém, o que sentiu naquele instante, a certeza, o futuro traçado, os risos e lágrimas imaginados em segundos são impagáveis.

No início há uma urgência. Você quer falar a toda hora, vira a noite pelo prazer de conversar. Pode estar resistente, sem vontade escrever novas histórias, mas o amor vai quebrando, tipo água mole em pedra dura e, de repente, você está envolta num turbilhão de emoções, não sabe para que lado vai, só sabe que quer estar com ele.

O amor começa com admiração... Não que a pessoa seja realmente admirável, mas vamos descobrindo nela qualidades que, na maioria das vezes, ela nem sabe que tem.  Uma admiração que nos deixa meio embasbacados com aquela figura que nos atrai por alguma coisa maravilhosa, que sabemos bem o que é.  Demoramos a descobrir... às vezes não descobrimos nunca.

O melhor é o tempo do beijo, um baita termômetro que se tem se as coisas estão indo bem. Já notou quanto tempo você beija quando esta começando um amor? Se esse tempo durar depois de um, dois, cinco anos, agradeça aos céus.

Esse sentimento do início não deveria passar nunca, porque é ele que dará base para o que for amanhã. Continuidade ou fim. Preservado, o amor do início poderia durar uma vida inteira. Ou, ao menos, preparar para um caminho, talvez com alguma mágoa, mas sem rancores, para um novo recomeço.

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    Suzy Monteiro

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