Poderosos Chefões
Alexandre Bastos 09/04/2012 16:37

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“O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, é um dos maiores clássicos do cinema. A trilogia mostra violência, poder, honra e corrupção nos Estados Unidos das décadas de 40 e 50. Recentemente, ao rever este clássico, pude notar que a realidade de hoje não é muito diferente daquela época. Atualmente, no Brasil, temos casos de políticos que possuem em suas mãos (ou melhor, em seus bolsos) emissoras de rádios, jornais, emissoras de TV e parceiros espalhados em todas as esferas jurídicas. Em muitas cidades brasileiras temos políticos que controlam os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e a Imprensa, que é considerado o quarto poder. Como essas figuras conseguem ficar tão fortes? Analisando alguns casos, podemos ver que são pessoas que vivem em função dos negócios e que mudam de negócio (ou, no caso dos políticos, de partido e de aliados) de acordo com as circunstâncias. Gostam mais do poder do que de dinheiro e entendem que as pessoas de confiança nem sempre são confiáveis. Para liquidar um adversário, perseguem, criam fatos e usam seus amigos na Polícia e na Justiça. Os poderosos chefões sabem que é muito melhor que seus inimigos pensem que ele é maluco do que o achem razoável e racional. Eles não permitem que seus adversários — ou amigos — pensem que são iguais a ele, pois imediatamente se sentirão superiores. Sempre tiram a cobra do buraco com a mão dos outros. Nunca tentam mudar os seus inimigos. Eles tentam controlar, sabendo onde estão, o que pensam e em quem confiam. Um poderoso chefão estabelece prioridades. Se ficar cercado por jacarés, a primeira providência é drenar o pântano. Quando sentem que não dá para vencer, fazem com que a vitória do inimigo tenha um preço exorbitante. Chefões sabem que lobos perdem os dentes, mas não o instinto. Eles sempre possuem o suficiente para guardar, para recompensar e para serem roubados. Mas existem grandes diferenças entre os chefões do passado e os de hoje. Os mafiosos do passado não escondiam que eram perigosos. Já os chefões de hoje vivem sorrindo, são conhecidos como homens do povo, frequentam colunas sociais e nos matam aos poucos.

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