Terra desolada...
Terra desolada. E restaurada.
Desculpe, TS Eliot. Mas junho é o mais cruel dos meses.
Memória e desejo (lembrança do tempo em que estavam aqui, desejo de que vocês voltassem)
O inverno chegando, esfriando nossas almas.
Folhas secas, olhos úmidos
Ficamos sem raízes
Quando éramos crianças, não imaginávamos que, um dia, a morte bateria a nossa porta.
Brincávamos soltas, enfrentando todas as dificuldades com um sorriso.
Aliás, não deixávamos de sorrir jamais.
Ficávamos reunidas em torno da mesa ou deitadas na cama, ouvindo histórias, criando a nossa própria.
Fomos crescendo e descobrimos que a morte chegaria, um dia...
Era algo distante
Mas ela chegou um dia. Dois dias. Três dias.
Junho arrancou de nós parte do nosso passado.
Retirou nossa base
Porém – pasmem!! – a estrutura continuou de pé.
A base era tão firme, que se multiplicou em concreto e amor.
Não deixamos de sorrir, porém não com o mesmo sabor.
Por que continuamos a sorrir?
Aprendemos que junho arranca nossas raízes.
Mas Abril, Maio e Julho trazem nossos frutos, garntindo o futuro.