Hoje na Curva - Ensinar pelo exemplo
Suzy 05/08/2010 01:02
Ensinar pelo exemplo     Educar é uma das tarefas mais difíceis que enfrentamos na vida. Porque é da maneira que semeamos o caminho é que depende o futuro ou o presente. Ou, muitas vezes, choramos pelo passado. Educar filho, então, é ainda mais difícil. Não existe curso de pai e mãe, amamos (ou a maioria dos pais ama) aqueles seres, vivemos culpados pela atenção cada vez mais curta que damos a eles e acabamos querendo suprir nossa falta dos jeitos mais diversos. O resultado disso, só o tempo diz. Há alguns dias, a história de dois pais e seus filhos chamaram a atenção da mídia, um pelo despropósito, outro pelo ato bizarro. O primeiro teve a capacidade de derrubar das manchetes dos sites (graças a Deus) o caso Bruno. Esse caso, alias, é um item à parte em qualquer capitulo da cobertura da mídia: um jogador famoso, uma mocinha que participava de festinhas esportivas, uns amigos fieis, um delegado que ama os holofotes. Pronto. Melhor nem comentar, mas é bom saber que a polícia do Brasil e, em especial a de Minas, não perde para nenhum CSI. Agora, todos os homicídios e desaparecimentos serão investigados até o último vestígio de gota de sangue, não é? Nada mais ficará sem resposta ou, ao menos, sem a busca pela resposta. Um alento a milhares de pessoas que clamam por Justiça e não são — eram — ouvidas e a utilização desses recursos em qualquer situação tem que ser cobrada. Bem, mas deixando Bruno de lado, o caso que o derrubou, enfim, das manchetes foi o atropelamento e morte do filho de Cissa Guimarães. Não exatamente sobre ele e sim sobre o outro Rafael, o atropelador. Investiga, investiga, ganha a primeiras páginas — sem por aqui em conta a dor daquela família, a repercussão foi pelo fato de ser filho de uma global — e descobre-se mais um caso de extorsão de PMs. Mas o que despertou minha indignação foi o fato de o pai do rapaz, do homem de 25 anos, ter feito de tudo para encobrir o erro do filho, escondeu o carro, mandou para uma oficina tentar apagar os rastros, pagou parte da extorsão. O fato de os policiais terem aceitado, como o pai diz, não diminui sua incompetência paterna de não o filho na frente e ir uma delegacia se apresentar. Não teve vergonha ao menos de dizer que passou mal ao saber que o jovem atropelado tinha morrido e era filho de Cissa Guimarães. De outro lado, perdido lá no meio das páginas da net, estava uma notícia de um casal que pos o filho com um cartaz nas mãos em plena rua, falando que havia roubado um aparelho numa loja. Indagados sobre o assunto, eles responderam que esperavam que a vergonha endireitasse o adolescente, já que ele tinha o dinheiro para comprar o aparelho roubado – parte de presente de aniversário, parte do que foi ganho fazendo pequenos serviços para os vizinhos, coisa comum nos EUA. De gosto e eficácia duvidosos, o castigo imposto pelo casal demonstra uma tentativa, sem compactuar com o erro. Ensinar o caminho certo e não acobertar o errado é um desafio e tanto... (continua).

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    Suzy Monteiro

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