Bancos X cooperativas de crédito
Jane Ribeiro 18/08/2018 15:16 - Atualizado em 21/08/2018 13:35
Segundo dados do Banco Central, os bancos encerraram o ano de 2017 com 21.062 agências em funcionamento, 1.485 a menos do que em 2016, a maior redução da série. Em Campos, o quadro não foi diferente. Somente nos últimos dois anos foram fechadas as agências do Banco do Brasil (Voluntários da Pátria), Itaú (Beira Valão), Itaú (Centro – ex-Unibanco) e Mercantil. Em contrapartida, vem crescendo no município o número de instituições financeiras que trabalham no sistema de cooperativa de crédito, a Sicoob Sul é uma delas.
Apesar do fechamento de várias agências, o Sindicato dos Bancários de Campos garante que o número de agências na cidade é suficiente para dar um atendimento para a população. Segundo o sindicato, o que tem causado o fechamento das agências são os valores pagos a título de aluguel e as dificuldades de se acertar valores para a renovação. Na base do sindicato são 56 agências bancárias e mais postos de serviços (PABs), o que eleva o total para 65 locais de atendimento. Nos oito municípios da base são cerca de mil bancários, sendo a maior concentração em Campos.
— Os banqueiros querem lucrar cada vez mais e com isso precarizam a estrutura nas agências. Demitem bancários e os que permanecem ficam sobrecarregados. O resultado são as filas enormes prejudicando também o atendimento aos clientes —, disse o presidente do sindicato, Rafanele Alves Pereira.
Já nas cooperativas a situação é inversa. O Sicoob Sul iniciou as atividades em Campos em 2016 e hoje já conta com três agências: Pelinca, Centro, Guarus e outra prevista para ser inaugurada em Goitacazes. Em todo o estado do Rio, já são nove, mas até o final do ano, mais cinco serão inauguradas no Norte, Noroeste e Região dos Lagos.
O Sicoob é o maior sistema cooperativo de crédito do país, direcionado a empresas e a pessoas físicas, trabalha com produtos com custos menores e os associados participam dos resultados.
— A visão do cooperativismo é fomentar a economia agregando as atividades econômicas da região. Temos operações no comércio, na construção civil e na área agrícola. Trabalhando desde o pequeno produtor até as grandes empresas. Temos hoje 5 mil cooperados em todo o estado do Rio, mas até o final do ano vamos aumentar para 12 mil — disse o gerente regional, Carlos Henrique Santos.
Categoria reivindica aumento salarial de 5%
Os bancários têm data base em 1 de setembro. A atual Convenção Coletiva de Trabalho foi assinada em 2016, com validade de dois anos. A categoria reivindica 5% de aumento real mais as perdas da inflação do período de um ano. Além disso, defende a manutenção de direitos que foram assegurados na CCT que está em vigor. Um dos destaques das reivindicações é a garantia do emprego. A pauta de reivindicações foi entregue pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf) à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 13 de junho.
Já houve seis rodadas de negociação da mesa única, que é das pautas comuns dos trabalhadores de todos os bancos. Acontecem também negociações nas mesas específicas dos bancos púbicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal). Na noite de sexta-feira (17), aconteceu mais uma rodada de negociação com a Fenaban, mas não houve avanços e nova reunião será realizada na próxima terça-feira (21), às 10 horas, com possibilidade de ter continuidade às 17 horas.

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