O processo de cremação
05/04/2019 22:07 - Atualizado em 05/04/2019 22:33
A cremação é uma técnica funerária milenar, usada por povos antigos como gregos e romanos. Por restrições religiosas, durante muito tempo essa prática não foi adotada em alguns países. No Brasil, de predominância católica, o primeiro crematório somente surgiu em 1974, o Municipal de Vila Alpina, em São Paulo.
A Igreja Católica proibia a cremação até 1963. Foi quando, em 05 de julho de 1963, no Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI publicou a Instrução do Santo Ofício "Piam et constantem", autorizando a cremação para católicos, desde que fossem respeitadas as cinzas e que os motivos da escolha fossem cristãos.
Dez anos após o fim da proibição pela Igreja Católica uma lei federal regulamentando o processo de cremação foi sancionada pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici, em 1973, lei que vigora até hoje.
O crematório de Vila Alpina, de 1974, foi o único do país até meados da década de 90. Dali em diante o número de crematórios foi crescendo até atingir a casa de 3 dezenas no final da década passada, alcançando então 5% de cremações em cerimônias fúnebres, segundo os números da Associação dos Cemitérios e Crematórios do Brasil (Acembra).
Estes números vem subindo progressivamente e exponencialmente nos últimos anos, chegando a 9% dos rituais fúnebres no país e em até 20% nos grandes centros, onde há opções disponíveis. Fatores como menor custo, falta de espaço nos cemitérios, mudança de hábitos, entre outros, têm levado cada vez mais pessoas a optarem pela cremação.
É um fenômeno que já vem acontecendo há mais tempo nos grandes centros mundiais. No Japão as cremações representam mais de 95% dos ritos funerários. Na Inglaterra, mais de 70%. No Canadá, desde o início da década passada elas são maioria.
Nos EUA, com mais de 2.100 crematórios, em duas décadas as cremações passaram de 20% do total a mais de 50%. No estado da Califórnia, elas representam entre 60% e 80%.
No processo de cremação, o corpo é levado a uma câmara frigorífica por pelo menos 24 horas. Após esse período, o corpo e o caixão são incinerados a uma temperatura de 850°C a 1200°C em um dos fornos crematórios. A maior parte do corpo, como o tecido, é vaporizada, ou carbonizada, deixando apenas os restos dos ossos, cujas partículas restantes após o fim do processo são as "cinzas".
Quem opta pela cremação deve firmar um documento chamado “Declaração de Vontade” e registrar em cartório, para deixar expresso o seu desejo de rito funerário e evitar questionamentos.
Em Campos quem faz a opção de cremação como rito funerário normalmente tem seu corpo transladado para crematórios das regiões metropolitanas do Rio ou de Vitória, junto com os familiares que acompanharão a cerimônia fúnebre. Isso muda com a cidade recebendo o seu primeiro crematório (confira aqui).
Fontes: Exame, Época, SINCEP e Super Interessante

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    Christiano Abreu Barbosa

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