Projeto para conter avanço do mar em Atafona será debatido
Camilla Silva 03/04/2019 19:39 - Atualizado em 09/04/2019 16:01
Após um março de águas fortes, abril chega com uma esperança para quem sofre com os impactos do avanço do mar no Pontal de Atafona. Uma proposta de solução para o caso vai ser apresentada nesta quinta-feira (4), no auditório da Câmara de Vereadores de São João da Barra. O PhD em Geologia Marinha, Processos Litorâneos e Impactos Ambientais em Zonas Costeiras, o professor Eduardo Bulhões, da Universidade Federal Fluminense, defende que seja realizada uma “transposição artificial de areias”, sem a necessidade da construção de estruturas fixas, que custaria cerca de R$ 30 milhões, o que é considerado mais viável economicamente para o município. Outro projeto apresentado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Hidroviárias, em 2015, previa a construção de espigões. Segundo o município, a obra custaria mais de R$ 180 milhões de reais, mas, procurado pela Folha, INPH afirmou que custo não chegaria à metade.
— A proposta aqui defendida parte da dragagem e do bombeamento hidráulico de areias compatíveis de dentro da calha fluvial para o pontal de Atafona, ao que se convenciona chamar de “transposição artificial de areias” somado ao espalhamento mecânico e supervisionado desses materiais numa faixa de 1,5 km para a construção de dunas e bermas artificiais — descreve o projeto apresentado à Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que será apresentado nesta quinta. Ele afirma, ainda, que a construção de estruturas físicas pode causar problemas ambientais, além do deslocamento do problema para a praia que ficará mais ao sul do espigão.
Já o anteprojeto apresentado pelo INPH, aponta a necessidade de construção de 9 espigões com 240 m em uma distância de 400 m, aterro de 100 m de largura, volume de areia de 2.650.000 metros cúbicos e volume de pedra de 262.650 metros cúbicos. O estudo do projeto começou a ser realizado em 2013 e foi apresentada em audiência pública em 1º de junho de 2015.
— O INPH desenvolveu um projeto para restauração e proteção definitiva do Pontal de Atafona. O projeto foi elaborado com base em estudos científicos e levantamentos de dados de campo que integravam não apenas a região a sofrer intervenção, como também as regiões vizinhas, especialmente a praia de Grussaí, com valores variando entre 50 e 100 milhões de reais, a depender da qualidade do material presente no Rio, que deveria ser investigada pela Prefeitura de São João da Barra. Certamente, quem afirma que os valores são muito superiores a este e que o projeto irá impactar as regiões vizinhas não conhece com profundidade o assunto e nosso projeto — afirmou o presidente do instituto, Domênico Accetta.
Entramos em contato com a Prefeitura sobre a divergência sobre o valor do projeto, mas até o momento não houve resposta.
Na última quinzena, dois secretários estaduais estiveram no local para verificar o problema: O de Cidades, Juarez Fialho, e o de Defesa Civil, coronel Roberto Robadey Costa Júnior. Eles afirmaram que vão se empenhar para criar parcerias com União para conseguir condições financeiras de realizar o projeto.

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