Esperança através de sorrisos
Matheus Berriel 26/08/2017 15:44 - Atualizado em 29/08/2017 13:49
USE - Um Sorriso de Esperança
USE - Um Sorriso de Esperança / Divulgação/Facebook
“Fazer o bem sem olhar a quem”. Esta máxima é uma das frases que norteia o projeto “USE - Um Sorriso de Esperança”, criado em novembro de 2015, em São Fidélis, com o objetivo de espalhar sorrisos em ambientes onde a alegria não costuma estar presente. Em menos de dois anos, o grupo de jovens já realizou ações em leitos de hospital, asilos, instituições filantrópicas, entre outros locais, sem nenhum vínculo político, religioso ou financeiro.
A ideia de criar o USE partiu do estudante de Direito Douglas Soares, de 23 anos, na época com 22. Foi ele quem convidou alguns amigos e formou o embrião do grupo, inspirado nos “Doutores da Alegria”, organização não governamental fundada em 1991, por Wellington Nogueira, visando levar conforto ao público infantil enfermo em algumas capitais brasileiras, como São Paulo e Recife. A equipe inicial do USE tinha menos de dez pessoas. Atualmente, após três chamadas de voluntários, são 70 integrantes, que se dividem em visitas e ações, sempre fantasiados de palhaço ou outros personagens.
Há uma diretoria, com Douglas de presidente, composta por tesoureiro, secretárias e mais alguns cargos. Os diretores organizam todas as ações, com arrecadação de verba para constantes doações de alimentos e remédios a famílias carentes e outras excepcionais, como a campanha de doação de brinquedos no Dia das Crianças do ano passado, quando mais de mil brinquedos foram distribuídos em vários bairros fidelenses. Uma das formas de aumentar os cofres do projeto é a venda de brigadeiros, feitos pelos próprios voluntários.
— O USE foi uma semente boa lançada em solo pouco fértil, mas que, com uma irrigação de sorrisos e esperança, está dando bons frutos. O Hospital Armando Vidal, de São Fidélis, logo em nossa primeira reunião, abraçou essa causa e disponibilizou os suportes necessários. No começo, a ideia era que o USE atuasse apenas na ala de pediatria do hospital, mas, em poucas horas de divulgação, recebemos dezenas de voluntários se disponibilizando, inclusive em municípios vizinhos, onde estamos trabalhando pra levar o projeto. É gratificante ver o sorriso no rosto das pessoas -— disse Douglas Soares.
A primeira atuação do USE, aliás, aconteceu fora do hospital. Foi no Lar dos Idosos de São Fidélis, em 14 de novembro de 2015, apenas 10 dias após a fundação. Desde o primeiro encontro, os idosos que residem no local enxergaram nos jovens um motivo para continuarem lutando pela vida com alegria. Outros lugares visitados são o abrigo para menores da Prefeitura de São Fidélis, a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (Apae) e a Associação Pestalozzi. 
Doação de sangue foi mobilizada no dia 24
Uma das causas abraçadas pelos integrantes do USE foi a de aumentar o estoque de bolsas do Hemocentro Regional de Campos, que funciona no Hospital Ferreira Machado. Seis campanhas de doação de sangue já foram organizadas pelo projeto, a mais recente delas no último dia 24. Após grande mobilização desde o início do mês, todos os 90 cadastros possíveis foram feitos em poucas horas, na Unidade Móvel do Hemocentro.
— Foram 69 bolsas de sangue captadas, apenas 11 inaptidões e 10 evasões. Com toda essa solidariedade mais 270 vidas poderão ser salvas. Fazer o bem é essencial. O mundo precisa de mais pessoas que olhem para o próximo como seu semelhante e não como alguém inferior. Pensando nisso, o que você fez pelo seu próximo hoje? Procuramos fazer a nossa parte, e São Fidélis, hoje, é sinônimo de solidariedade — comemorou Douglas.
Em 2015, o USE foi o primeiro colocado em captação de doação de sangue fora de Campos, pelo Hemocentro Regional. Outras formas de reconhecimento foram dois títulos recebidos da Pestalozzi e uma moção de aplausos da Câmara Municipal de São Fidélis, em virtudes das campanhas de sangue e outras de sustentabilidade, com plantação de mudas de árvores; arrecadação de cabelos para pacientes com câncer; arrecadação de agasalhos para moradores de rua; e rifas beneficentes. “Foram várias recompensas nesses quase dois anos, mas a maior não vem de bens materiais, e, sim, da gratidão que vamos descobrindo por detrás de um sorriso, um gesto, um toque, um olhar de pessoas que estão em ambientes onde julgam ser impossível ter carinho. Hoje, conseguimos colher amor. Essas coisas são as mais valiosas para quem realiza o trabalho voluntário”, completou.

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