Alterações na visão podem ocorrer durante a gravidez
09/05/2017 18:25 - Atualizado em 11/05/2017 17:06
Inchaços, enjoos e mudanças de humor são bastante comuns na gravidez devido às alterações fisiológicas que afetam o organismo feminino ao longo dos nove meses. As mesmas variações podem, inclusive, provocar condições capazes de interferir na visão da futura mamãe.
Mulheres com erros refrativos (astigmatismo, miopia ou hipermetropia) costumam ter o grau alterado temporariamente durante a gestação, por conta de modificações na espessura e curvatura da córnea. De acordo com a oftalmologista Renata Catem, essas mudanças podem ocasionar, também, a intolerância ao uso de lentes de contato: “Caso a grávida manifeste incômodo, indicamos a suspensão temporária do produto”.
A médica alerta que as alterações fisiológicas do tempo gestacional podem agravar algumas doenças oculares pré-existentes, entre elas a retinopatia diabética, lesão na retina causada pelas complicações decorrentes do diabetes. Por isso, o controle dos níveis de glicemia é fundamental para evitar a progressão do problema, que pode levar à cegueira. Estudos também mostram que uveítes, inflamações intraoculares, costumam reaparecer nesse período, enquanto a doença de Graves, doença oftalmológica causada por alteração dos hormônios da tireoide, pode ocorrer no início da gestação, regredindo em seguida. Felizmente, esses problemas não costumam causar comprometimento à visão do bebê.
“No caso das uveítes, por exemplo, precisamos ficar atentos a um detalhe. Existe uma uveíte decorrente de toxoplasmose, mais conhecida por ‘doença do gato’, mas só existe risco para o bebê se a mãe foi infectada na gestação. Se ela já foi infectada anteriormente à gravidez, mesmo que apresente durante o período, não há risco para a criança”, esclarece a oftalmologista.
Segundo Renata Catem, o trabalho conjunto entre oftalmologistas e obstetras durante a gestação, com o intuito de monitorar problemas oculares e prevenir possíveis complicações, é de extrema importância. “Gestantes com doenças prévias, como hipertensão, diabetes e doenças auto-imunes, serão orientadas quanto à frequência do acompanhamento, de acordo com a gravidade de cada quadro”, acrescenta. (A.N.)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS