Emoção e fé marcam festa em Atafona
Descrito na programação como “o grande dia”, essa segunda-feira (24) marcou a última data das celebrações religiosas dedicadas a Nossa Senhora da Penha, padroeira de Atafona — segundo distrito de São João da Barra —, este ano. O ápice, como de costume, foi a Procissão Terrestre pelas ruas da praia, cortejo realizado sempre no último dia de festa e que recebeu, no ano passado, o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, projeto apresentado pelo deputado Bruno Dauaire (PR). Os festejos pela padroeira, que receberam fiéis de toda região, começaram no penúltimo domingo (16). A Irmandade de Nossa Senhora da Penha, fundada há 160 anos, é a responsável pela realização da festa, tendo apoio da prefeitura de SJB.
A Procissão Terrestre, que foi acompanhada pela banda Don Divino, aconteceu às 17h30. Porém, a programação nessa segunda começou ainda pela madrugada. À 0h, houve acolhida festiva do dia dedicado a Nossa Senhora da Penha e, às 5h, alvorada pelas ruas centrais de Atafona em homenagem à padroeira. Pela manhã, os devotos participaram de solene missa campal celebrada pelo bispo diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, às 10h, e de batizados às 11h30.
Depois da procissão, seguiu a programação. Às 20h20, a imagem de Nossa Senhora da Penha foi recepcionada pela voz do cantor Dom Américo, pouco antes da cerimônia de coroação, que ocorreu às 20h30. Já a solenidade de descida do quadro da padroeira aconteceu às 23h45, encerrando as celebrações.
De acordo com o diretor de eventos da Irmandade, Hugo Meireles, a Procissão Terrestre reuniu, mais uma vez, uma multidão.
— É o ponto alto da nossa festa. Sempre reúne uma quantidade muito grande de fiéis. Apesar de ser dedicada a Nossa Senhora da Penha, é uma celebração de devoção. Estamos com 22 andores, e isso é um dos diferenciais da festa. É importante ver esse grande número de pessoas com a gente. As pessoas vêm de toda a região, como de Campos, Macaé e São Francisco de Itabapoana. É uma grande tradição — disse ele, que comentou sobre a procissão ser Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.
— A irmandade ficou muito feliz quando isso aconteceu. A procissão é algo que não tem explicação. É uma multidão que vem acompanhando. É importante ter esse título porque faz juízo ao tamanho que é a procissão de Nossa Senhora da Penha. A cada ano que se passa, aumento o número de devotos.
Este ano, a Irmandade recebeu apoio ainda maior dos fiéis, segundo Hugo. “Devido à crise, não tivemos o apoio da Prefeitura com flores e fogos, o que nos preocupou e nos trouxe dificuldade no início. Mas a gente teve a ajuda dos devotos. Então, graças à comunidade está sendo possível colocar a procissão na rua. Ficamos muito felizes com isso”, falou.
No domingo (23), oitavo Dia do Oitavário da Padroeira, uma multidão acompanhou a Procissão Fluvial com as imagens de Nossa Senhora e São Jorge, que teve sua saída por volta das 15h e a chegada às 17h30 no Porto da Penha e Coroação de Nossa Senhora. Mais cedo, às 9h30, houve missa em Ação de Graças pelo Dia da Divina Misericórdia e São Jorge, celebrada pelo padre Marcos Pinalli da Costa e cantada pelo ministério de música Mensageiros do Rio, tendo batizados às 11h. Às 20h, foi realizada a Tradicional Leilão de doações feitas à igreja Nossa Senha da Penha.