Artista eterniza mulheres campistas
Paula Vigneron 06/03/2017 18:11 - Atualizado em 09/03/2017 18:30

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a partir desta quarta-feira (8), a população de Campos terá a oportunidade de conhecer a história de importantes figuras femininas que se destacaram social e profissionalmente. Por meio da exposição “Mulheres”, do artista gráfico e jornalista Marco Antônio Rodrigues, serão retratadas dez mulheres campistas, com suas respectivas trajetórias e ações que influenciaram no município. A mostra, que será aberta às 19h, permanecerá no Boulevard Shopping até o final deste mês.

A ideia para a exposição surgiu a partir do convite do espaço, após a primeira mostra de Marco, em novembro, chamada “Retratos da alma”. Em “Mulheres”, os visitantes terão acesso a dez pinturas em acrílico sobre tela. Para a seleção das campistas, o artista, com a curadoria da jornalista Sílvia Salgado, definiu, inicialmente, 16 nomes. Destes, foram escolhidos dez.

— São mulheres conhecidas e que deixaram um verdadeiro legado para Campos, não somente no lado de sociedade, mas também pelo lado social. Comecei a produzir os quadros no final de dezembro e terminei no início deste mês. E, no encerramento da exposição, até o final de março, vamos fazer uma cerimônia de entrega dos quadros — adiantou Marco Antônio.

Na inauguração, haverá homenagem às mulheres. Entre as retratadas, está a diretora do Grupo Folha, Diva Abreu Barbosa, que, nos anos 70, junto ao marido, o jornalista Aluysio Cardoso Barbosa, fundou a Folha da Manhã, revolucionando o conceito de jornalismo na cidade:

— Nós buscamos exatamente isso: as mulheres que mudaram Campos, estabelecendo um novo padrão profissional, como dona Diva Abreu, e social. Chegamos a 16 nomes. Mas, por sugestão do shopping, ficamos em dez, para que possamos fazer 10 no ano que vem e 10 em 2019. Assim, vamos completar as 30 mulheres guerreiras de Campos.

Da lista, também fazem parte Finazinha Queiroz (comprometida com diversas entidades sociais e humanitárias), Fátima Castro (criadora da Casa Irmãos da Solidariedade), Fátima Raposo (empresária que mudou o conceito da informática em Campos), irmã Suraya Chaloub (diretora do Censa), Suerly Vieira (primeira médica a realizar cirurgias na cidade), Diva Goulart (criadora da Apoe), Antônia Leitão (ex-vereadora, escritora e atriz), Conceição Muniz (primeira assistente social do município) e Nídia Lisandro (criadora do Educandário São José do Operário). Destas, sete estão vivas. As outras, com exceção de Finazinha Queiroz (cujo quadro será enviado à Casa de Cultura Villa Maria), serão representadas pelas famílias.

— No final, a ideia, depois de três anos, é fazermos um livro, com minibiografias e com fotos dos 30 quadros. O lucro da venda será revertido para instituições, preferencialmente aquelas em que essas mulheres tenham ajudado de alguma forma — comentou o jornalista, ressaltando que, hoje, fala-se muito sobre a mulher, mas faz-se pouco. “Elas mesmas, em casa, tomam atitudes machistas. Esse foi o comentário de uma mulher para mim. E isso coincide com a luta das ONGs que brigam contra a agressão. E, muitas vezes, elas não querem denunciar para não piorar. Mas pior do que está não vai ficar. E há, também, o lado do respeito profissional. Existem várias coisas que devem ser colocadas na balança de forma mais consciente. A gente não pode banalizar as coisas erradas”, complementou.

A exposição “Mulheres” conta com apoio e parceria da Folha da Manhã, InterTV, Femac Sierra, Plínio Bacelar, Águas do Paraíba, Prefeitura de Campos, Floricultura São Salvador, o decorador floral Flávio Marques, a fotógrafa Andressa Bittencourt e o escritório de arquitetura Lucas Barbosa.

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