“O Brasil, último país a acabar com a escravidão, tem uma perversidade intrínseca na sua herança". Darcy Ribeiro.
Em maio de 1884 o jornal abolicionista "25 de Março" estampava em sua capa diversos textos contra escravidão(aqui). Naquela época, faltando quatro anos para a assinatura da Lei Áurea, muita gente já considerava um absurdo a ideia de escravizar alguém. De Campos, além de Luiz Carlos de Lacerda, fundador do jornal "25 de Março", também saiu José do Patrocínio, o Tigre da Abolição.
E nesta mesma terra goitacá de Lacerda e Patrocínio, quase 130 anos após a abolição, ainda temos que nos deparar com uma a imagem impactante: as mãos de um escravo em pleno século XXI.
Na última semana, empresários foram condenados pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região por trabalho escravo. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o tratamento era desumano.
Não é preciso ser uma cigana para ler as mãos deste escravo. Elas mostram que, apesar de toda a evolução, ainda existe um mundo arcaico, desumano, perverso e hipócrita. E este é apenas um dos tipos de escravidão.