Executivos da Odebrecht vão delatar mais de 100 políticos
Alexandre Bastos 29/07/2016 11:42

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Nas negociações do acordo de delação premiada, executivos da construtora Odebrecht, entre eles, o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht, apontaram mais de cem deputados, senadores e ministros, entre outros políticos, como beneficiários diretos de desvios de dinheiro público, ou como recebedores de outras vantagens, como repasses de verba para suas campanhas, por exemplo. Há, entre os citados, pelo menos dez governadores e ex-governadores, segundo uma fonte ligada às investigações.

Entre os citados nas negociações preliminares, estão o governadores do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB); de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); e de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Não estão claras ainda as circunstâncias em que cada um dos governadores aparece no roteiro das delações.

Na lista também constam vários ex-governadores, entre eles Sérgio Cabral (PMDB-RJ). As informações sobre Cabral, que já foi citado por outros delatores, entre eles Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, são consideradas consistentes pelos investigadores.

Os acordos de delação de Marcelo e de outros diretores da empresa são os mais temidos desde o início da Operação Lava-Jato, há dois anos. Maior empreiteira do país, a Odebrecht tem obras e contratos com a administração pública dos três Poderes e em praticamente todos os estados do país. Só no ano passado, a empresa faturou mais de R$ 130 bilhões com negócios no Brasil e no exterior.

Depois de uma primeira etapa complicada, com avanços e recuos, os acordos de delação da Odebrecht estão avançando de forma significativa. Após acertos prévios com advogados, os procuradores estavam até agora conversando com os investigados. Nessas conversas prévias, os réus apresentam as linhas gerais das denúncias a serem feitas, conforme as bases estabelecidas nos entendimentos iniciais entre advogados e o Ministério Público Federal. “Foi superada a fase da conversa entre procuradores e advogados. Agora, a conversa é entre procuradores e réus. Nessas conversas eles indicam o que realmente vão dizer”, disse uma fonte que acompanha o caso.

Fonte: Valor Econômico 

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Na mira - Três meses após a Folha revelar a proximidade entre Benedicto Junior, ex-presidente da Odebrecht e a Prefeitura de Campos (aqui), já que ele assinou com a prefeita Rosinha Garotinho (PR) o contrato para a construção de casas populares, a coluna “Radar On-line”, da revista Veja, informou que Benedicto tem munição para comprometer o líder rosáceo. Segundo a nota, os dois eram tão afinados que o ex-governador, ao divulgar as célebres fotos da “gangue do guardanapo”, omitiu a presença do executivo da poderosa empreiteira em Paris (aqui).

CPI – O contrato da Odebrecht em Campos, para a construção de casas populares, é o maior da história do município (R$ 1 bilhão). Vereadores da oposição e do bloco independente assinaram um pedido de CPI para investigar o contrato, mas uma manobra da bancada governista jogou a CPI da Lava Jato para o final da fila e impediu que ela fosse aberta na atual legislatura.

Ação -  O Ministério Público Estadual (MPE) ajuizou ação no Fórum de Campos contra pessoas físicas e jurídicas. Inclusive, o promotor estadual Leandro Manhães foi autorizado pelo juiz federal Sérgio Moro a ouvir Marcelo Odebrecht, em Curitiba. O processo que corre na 4ª Vara Cível de Campos e tem a prefeita Rosinha como ré. Um pedido de busca e apreensão, que havia sido solicitado pelo MPE, foi suspenso.

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