Rosinha ataca empresários de ônibus e fala em assumir salários dos rodoviários
Alexandre Bastos 24/11/2015 12:41

rosinha

A prefeita Rosinha Garotinho (PR) comentou na rádio Record sobre a greve dos rodoviários, que teve início na manhã desta terça-feira (aqui). Segundo Rosinha, "os empresários querem acabar com a passagem social" e não "cumprem suas obrigações". Indagada sobre quais serão os caminhos, ela lembrou da greve de 2014, quando o Ministério Público entrou em ação. "Não é a primeira vez. É bom lembrar que eles são reincidentes e vão ter que responder novamente sobre seus atos. Querem botar a responsabilidade no meu colo? Estão fazendo tudo isso sem respaldo jurídico. Vamos tomar todas as medidas que forem necessárias", disparou.

Vai assumir os salários dos rodoviários? - Demonstrando irritação, Rosinha afirmou que não vai repassar recursos. "Não implantaram a bilhetagem, como vou fazer o controle? Tiveram tempo suficiente e não fizeram. Querem que eu pague sem controle? Já pagamos R$ 28 milhões só este ano", disse Rosinha, ressaltando que estuda uma alternativa. "Vamos estudar a possibilidade de pagar a folha líquida dos funcionários e depois podemos fazer um acerto de contas", afirmou.

[caption id="attachment_37323" align="aligncenter" width="480"]Prefeita concedeu entrevista coletiva e falou sobre ação judicial - Facebook/Sergio Cunha Prefeita concedeu entrevista coletiva e falou sobre ação judicial - Facebook/Sergio Cunha[/caption]

Atualização às 17h30 - Procuradoria entrou com Ação Cautelar - A prefeita Rosinha afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (24), em seu gabinete, que a Procuradoria do município entrou com uma Ação Cautelar na 2ª Vara do Trabalho por considerar ilegal a paralisação dos trabalhadores das empresas de transporte coletivo em Campos. De acordo com uma nota enviada pela superintendência de Comunicação, "a irregularidade se deve ao fato de a categoria não ter cumprido algumas exigências da Lei de Greve, como não ter ocorrido um comunicado nem a Justiça nem a Prefeitura sobre a paralisação 72 horas antes, não ter havido assembleia. Além disso, 30% da frota deveria estar circulando. Ela afirmou que a paralisação tem por objetivo acabar com a passagem social".

Na coletiva, a prefeita disse que os consórcios e as empresas de ônibus não apresentaram as certidões de regularidade fiscal nem implantaram o sistema de bilhetagem, embora a Prefeitura tenha feito há cerca de 15 dias um repasse de forma excepcional de R$ 3 milhões para tomarem as medidas e ainda pagaram os salários dos funcionários, mas não o fizeram. O prazo final foi no mês de setembro, após várias prorrogações. Só em 2015, as empresas já receberam mais de R$ 26 milhões de subsídio da prefeitura.  Eles receberam, ainda, o valor referente à passagem paga por cada passageiro de R$ 1. "Se eles não implementaram o sistema de bilhetagem é porque querem que a passagem social acabe. A greve é por irresponsabilidade das empresas de ônibus por não cumprirem o edital de licitação", diz a prefeita, lembrando que a Prefeitura vem oferecendo todas as condições para que houvesse a renovação da frota, tendo inclusive "financiado para os consórcios ônibus novos, através do Fundo de Desenvolvimento do Município de Campos (Fundecam) e garantindo à população passagem a R$ 1".

Atualização às 18h27 - Justiça do Trabalho determina que empresas e rodoviários garantam 40% da frota de ônibus - A 2ª Vara do Trabalho de Campos dos Goytacazes reconheceu o abuso da paralisação dos rodoviários, e determinou que pelo menos 40% dos ônibus estejam em circulação a partir desta quarta-feira (24), para assegurar os serviços básicos de transporte coletivo, conforme ação cautelar proposta pela Procuradoria Geral do Município. Em sua decisão, a juíza Aline Souza Tinoco Gomes de Melo preconizou, que “considerando que o transporte coletivo é serviço essencial à comunidade, nos termos do artigo 10, V, da Lei 7.783/89, deverão os Sindicatos requeridos observarem o mínimo de serviços necessários a garantir a continuidade da prestação do serviço de transporte público necessária ao atendimento da comunidade usuária”. A juíza determinou aos sindicatos tanto das Empresas de Ônibus, quanto dos Rodoviários, que assegurem 40% da frota para atender à população, “(...) a fim de não inviabilizar o movimento nem causar transtornos para a população ou para aqueles que não desejam integrar o movimento”.

Mais informações na edição de amanhã (25) da Folha

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Alexandre Bastos

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS