Enquanto os pacientes das propagandas falam em "Saúde nota 10" (aqui), os campistas que frequentam o mundo real têm opiniões bem diferentes. Nesta segunda-feira (20) o Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma operação para averiguar possíveis irregularidades na Saúde pública, em Campos. O primeiro local escolhido pelo MPF foi o hospital São José, na Baixada Campista, que está em obras desde 2011. Por lá, a equipe do MPF viu de perto o drama dos pacientes. Entrevistada pela Inter TV, uma senhora desabafou: "Me sinto um lixo".
De acordo com matéria publicada pela Folha (aqui), quando a equipe do MPF chegou ao hospital São José a farmácia estava fechada, o administrador da unidade não foi encontrado, a escala dos plantonistas não estava disponível e o livro de pontos sem as obrigatórias assinaturas.
Nada mudou - Há exatamente um ano, em abril de 2014, o blog replicou matéria da Folha da Manhã sobre o drama vivido pelos pacientes no Hospital São José. Relembre: aqui
No distrito de Travessão a cena encontrada foi ainda pior. Na unidade de Saúde o MPF constatou a falta de médicos, farmácia fechada e pacientes sem atendimento. Além disso, materiais vinham sendo esterilizados em um banheiro e todo o lixo hospitalar da unidade é depositado na calçada.
Indagada sobre as deficiências, a Prefeitura de Campos informou que vai averiguar os motivos das ausências dos médicos. Sobre os problemas estruturais, alegou que as unidades estão em obras.
O MPF prometeu entregar um relatório à Procuradoria Geral da República, que poderá propor uma ação contra a Prefeitura de Campos.
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Médicos solicitaram visita do Ministério Público -Em fevereiro deste ano o Sindicato dos Médicos publicou (aqui) nota e informou sobre: "falta de material de consumo bem como de instrumental adequado para o atendimento a pacientes em várias especialidades, "instalações físicas inadequadas, mal conservadas, comprometendo o atendimento a população" e afirmaram ainda que "a regulação de internações nos hospitais credenciados da rede não dão conta da lotação e demanda causando pletora no pronto socorro". Na ocasião, os médicos solicitaram que o "Ministério Público através dos seus representantes agendasse visitas aos pronto socorros dos hospitais para verificação em loco da situação de funcionamento dos mesmos".