Saúde na UTI — mãe desabafa: "Cansei de pedir e implorar, só me resta gritar"
Alexandre Bastos 13/04/2015 22:56

Em contato com o blog, a Flávia, mãe da pequena Juliana, desabafou: "Me cansei de pedir, de implorar. Agora o que me resta é gritar. Tenho uma filha de 8 anos com paralisia cerebral e estamos sem o home care, cadeira de rodas, cilindro de oxigênio, cadeira de banho e leite especial. Para completar, estive na secretaria de Saúde e o processo da minha filha sumiu. Também ficamos sem o veículo que nos levava até o Sarah Kubitschek, no Rio, onde a minha filha recebia um tratamento completo".

Ao comentar sobre o seu drama, a mãe destacou que, nos últimos meses, teve que travar frequentes batalhas jurídicas para conseguir melhorar a qualidade de vida da sua filha. "As pessoas precisam se colocar um pouco no lugar de quem sofre. Imagine, depois disso tudo, ainda chegar na secretaria e ser informada que o processo desapareceu? Que descaso é esse? Vou gritar e lutar pela minha filha, que está tendo convulsões em casa e tenho que sair correndo para o Ferreira Machado", desabafou a mãe.

Será que os nossos nobres gestores não têm um tempinho para encontrar o processo da Juliana Faria Mendonça e resolver esta situação absurda?

Atualização às 19h25- Durante a sessão desta terça-feira (14) o vereador Fred Machado (SD) comentou sobre o caso da pequena Juliana. "Não podemos aceitar este tipo de situação. Como um processo pode desaparecer? Espero que providências sejam tomadas e vou lutar para que isso ocorra", disse Fred.

O vereador Marcão (PT) também desabafou: "Acho que não cabe mais fazer pedidos. Estamos exigindo que essa situação seja resolvida imediatamente", frisou Marcão.

Primeiro secretário da Câmara e membro da bancada governista, o vereador Abdu Neme (PR) prometeu providências. "Esse processo vai ter que aparecer. A prefeita não aceita uma situação deste tipo. Posso ir junto com o vereador Fred Machado para buscar a solução para este caso", disse Abdu.

Mauro Silva fala em "choque de gestão na Saúde" - Líder do governo na Câmara, o vereador Mauro Silva (PT do B) disse que a prefeita não vai medir esforços para resolver a situação. Ao mesmo tempo, reconheceu que a "Saúde precisa de um choque de gestão". Posteriormente, o parlamentar leu a resposta da assessoria de comunicação da secretaria de Saúde.

O vereador Alexandre Tadeu (PRB), que buscou informações sobre o caso da Juliana, disse que a secretaria de Saúde informou que está "cumprindo os trâmites legais do Ministérios da Saúde". Porém, o parlamentar não se contentou com a resposta: "O problema é que esses trâmites duram quatro, cinco anos. Vidas estão sendo desrespeitadas", disse o Tô Contigo.

Membro da Comissão dos Direitos de Pessoas com Deficiência, o vereador Gil Vianna (PR) declarou estar envergonhado. "Sinto vergonha ao ver esse tipo de situação. O caso da Juliana não é isolado. Existem outros iguais. Quando um processo some, os responsáveis devem ser punidos. Não podemos continuar calados. Uma pessoa disse que nunca antes da história uma legislatura foi tão rejeitada. Isso é culpa de quem? Vamos pensar nisso", disse Gil.

O vereador Albertinho (Pros) também comentou sobre o caso: "Conheço a mãe da Juliana e acompanho este caso de perto. Ninguém vai ser preso se dispensar licitação para salvar uma vida. Nesses casos as burocracias precisam ser atropeladas e as vidas valorizadas", disse Albertinho.

Mais informações na edição de amanhã (15) da Folha 

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