IBGE: em 12 meses, conta de luz já acumula alta de 60,42%
Alexandre Bastos 08/04/2015 12:43

Com os reajustes extras para compensar o custo do uso de usinas térmicas, a energia elétrica já acumula alta de 60,42% em 12 meses até março. É um forte avanço na comparação com a taxa registrada no fim de 2014, quando o item encerrou o ano em 17,06%, já influenciado pela crise energética vivida pelo país. "Isso significa que, há 12 meses, se a gente pagava R$ 100, hoje paga R$ 160 pela conta de luz", explica Eulina Nunes, coordenadora de índice de preços do IBGE.

Em março, com aumento médio de 22,08%, a conta de luz mais cara foi responsável por mais da metade do IPCA do mês. O item energia elétrica representou 53,79% do IPCA, com impacto de 0,71 ponto percentual.

No Rio, esse peso da alta da conta de luz foi maior, chegando a 61,3%. Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, o serviço registrou alta de 23,34% no mês passado, contribuindo com 0,87 ponto da inflação carioca de 1,35%, acima da média nacional. O resultado foi principalmente influenciado pelo reajuste de 34,91% da Ampla, recentemente revisado para baixo pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A alta foi autorizada em 15 de março, mas já apareceu no resultado do mês.

Alimentação e Bebidas - Seguindo a tendência nacional, o grupo de alimentação e bebidas respondeu pelo segundo maior impacto do mês no Rio de Janeiro, com alta de 0,95% e peso de 17%. O vilão entre os produtos alimentícios foi o alho que, segundo o IBGE, é fortemente impactado pelo dólar alto, já que é importado. Também pesou no bolso do consumidor a alta da cebola (12,14%) e, em mês pré-Páscoa, os pescados, que subiram 6,75%.

Remédios - Enquanto a energia pode dar uma trégua, o índice de abril deve ser pressionado por outras altas. No Rio, pesará sobre o resultado o reajuste de 5,71% do metrô, em vigor desde o último dia 2. E, em todo o país, os aumentos nos preços de medicamentos, de 1,02% a 5,68%, válidos desde o dia 1º. "Remédio é que tem mais impacto, porque pega o Brasil inteiro. O impacto dos (preços) monitorados no mês de abril tende a ser menos expressivo do que o que ocorreu em março",  adianta Eulina.

Fonte: O Globo

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