PT recebeu US$ 200 milhões em propina da Petrobras, diz delator
Alexandre Bastos 05/02/2015 14:00
[caption id="attachment_30767" align="aligncenter" width="430"] Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras (Divulgação)[/caption]

O delator Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, afirmou em delação premiada que, no período de 2003 a 2013, o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina de 90 contratos firmados pela estatal. Pelo menos US$ 50 milhões deste montante teriam passado pelas mãos do atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Os depoimentos de Barusco, prestados em novembro do ano passado, foram divulgados nesta quinta-feira pela Justiça Federal do Paraná. Foi através de informações fornecidas por Barusco que a Polícia Federal deflagrou, entre outras, a nona fase da Operação Lava-Jato, que nesta quinta-feira cumpriu mandatos em São Paulo, Rio, Bahia e Santa Catarina, além de levar João Vaccari para depor. Dirigentes do PT ainda não foram localizados para comentar as acusações.

Barusco relatou ainda que seu ex-chefe, o então diretor de Serviços Renato Duque, pedia semanalmente R$ 50 mil em dinheiro de propina cobrada em contratos com a Petrobras e que continuou a recebê-las em conta no exterior, mesmo depois de ter deixado o posto, em 2012. Barusco afirmou ainda que Duque não precisava exigir dos empresários o pagamento de propina, pois ele era endêmico na Petrobras e “fazia parte da relação”. O delator relatou que também era cobrada propina dos contratos que envolviam a Diretoria de Gás e Energia, que teve como diretores Ildo Sauer e Graça Foster. Neste caso, explicou, a propina ficava entre 1% e 2% dos valores do contrato e metade dela ia para o PT, representado por Vaccari Neto. A outra metade ia para Renato Duque. Também houve casos, segundo ele, em que a propina foi totalmente para o PT. Barusco disse que Graça Foster e Ildo Sauer, se sabiam da cobrança da propina, "conservaram isso para si".

Pedro Barusco confirmou que recebeu propina da Odebrecht e da holandesa SBM em contas no exterior. Ele admitiu que o recurso ilícito era pago desde 1997 em bancos da Suíça e do Panamá. Entre os operadores que negociaram diretamente propina com o ex-funcionário da estatal estão Julio Faerman e Mario Góes.

CPI - O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leu em plenário na manhã desta quinta-feira (05) o ato de criação de uma nova CPI da Petrobras, com objetivo de investigar o esquema de corrupção na estatal. A comissão terá 26 integrantes titulares e igual número de suplentes, mais um titular e um suplente atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas. Das 182 assinaturas colhidas no requerimento da CPI da Petrobras na Casa, apresentado pela oposição, estavam 52 de deputados de partidos aliados, 28,5% do total. Fonte: O Globo 

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