Já se passaram 25 anos desde que o padre Gilson Motta, natural de Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense, iniciou a missão de divulgar a palavra de Deus. Diretor do Colégio Eucarístico há quase duas décadas, ele comemora hoje seu Jubileu de Prata Sacerdotal. Uma missa está marcada para as 19h, na Capelania Escolar São José, que foi oficializada ontem, no pátio do Eucarístico. Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, bispo da Diocese de Campos, realizou a cerimônia em que foi assinado o decreto de criação da capela.

A trajetória religiosa de Gilson da Silva Motta, 52 anos, começou logo após o fim da adolescência, em 1985, quando cursava o último ano do Ensino Médio. “Me entrosei com uma turma de jovens, que eram católicos praticantes, de movimento. Depois, me engajei na Conferência de São Vicente de Paulo, grupos conhecidos como os vicentinos, um trabalho social muito bonito que a igreja tem. E aí, fui me identificando, sentindo a necessidade, aquela vontade cada vez maior de servir ao próximo. Isso foi amadurecendo até chegar ao ponto em que entrei no seminário, em 1987, para fazer uma experiência”, contou.

O seminário é visto por muitos religiosos como um período de discernimento. Para o padre Gilson, foi a confirmação de que aquela seria, de fato, a sua missão: “Fui confirmando que era isso mesmo que eu queria. Fiz Filosofia e Teologia no Seminário São José, da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Na época, Campos enviava os seminaristas para estudarem no Rio”, relembra.

O ordenamento como padre aconteceu no dia 11 de dezembro de 1993, em Pádua. A vinda para Campos ocorreu pouco depois, em janeiro do ano seguinte. Foi ele o pároco responsável pela criação das paróquias São João Batista, no Capão, e Nossa Senhora de Fátima, no IPS. Também teve participação no surgimento das paróquias do Parque Imperial e da Penha, bairros onde celebrou por longo período. Durante a gestão do bispo Dom Roberto Gomes Guimarães, atualmente emérito, entre 1996 e 2011, atuou ainda como ecônomo. Neste período, chegou a celebrar como convidado em diversas outras paróquias. Hoje em dia, se dedica exclusivamente ao Colégio Eucarístico, do qual assumiu a direção em 2000.

— Encontrei muitas dificuldades. Mas, com a graça de Deus, foram superadas. Hoje, o Colégio Eucarístico está sendo uma referência na cidade. A gente louva e agradece a Deus por ter me usado como instrumento. Isso é um serviço, não uma promoção humana — destaca. — Quero agradecer à Folha da Manhã, à diretora Diva Abreu e toda a equipe. Sempre foram carinhosos, atenciosos. Várias vezes, em ocasiões importantes, em datas expressivas, a Folha sempre procurou fazer homenagens. Agradecer a cada membro das comunidades de todas as paróquias que passei, e a toda comunidade escolar, que tem me dado apoio. É um trabalho em equipe. Eu sozinho, como sacerdote, não faria nada se não tivesse as pastorais, as pessoas trabalhando. E a todos os amigos aqui de Campos pelo empenho, pela ajuda, pelo apoio que tenho recebido.

Numa época marcada por escândalos em todos os setores, alguns inclusive dentro da própria igreja, padre Gilson Motta busca fortalecer o discurso caridoso do Papa Francisco:

— É um desafio ser fiel à palavra de Deus, que deve ser encarnada na vida cotidiana. O ponto essencial é viver o amor, a caridade. De fato, a oração que mais agrada a Deus é você ter a consciência, se esforçar para estar a serviço do próximo, esse amor incondicional, como Cristo tem para conosco. O amor que é entrega, que é doação sem querer nada em troca a não ser a felicidade do outro. É isso que o mundo precisa, buscar a sua felicidade em Deus. Como diz Santa Tereza D’Ávila, tudo passa, só Deus permanece. As pessoas às vezes ficam iludidas com certos prazeres momentâneos, status, poder, bens materiais. São meios necessários para a sobrevivência humana, dependemos do dinheiro, de uma casa digna, trabalhando com honestidade. Tudo faz parte. Mas, não é o essencial. O que a gente tem a levar às pessoas é buscar o essencial da vida, que é a intimidade maior com Deus. Só isso vai trazer a verdadeira paz, a verdadeira alegria.