Plateia se emociona com vida e obra de Vinícius de Moraes
Celso Cordeiro Filho 02/08/2018 18:42 - Atualizado em 07/08/2018 18:22
Marcelo Sampaio elogiou o trabalho de Miguel Faria Jr.
Marcelo Sampaio elogiou o trabalho de Miguel Faria Jr. / Isaías Fernandes
“A afirmação de Gilberto Gil sobre Vinícius de Moraes é certeira: ele realmente viveu no cerne do afeto”. A observação é do professor e pesquisador cultural, Marcelo Sampaio, que apresentou, na quarta-feira (1°), no Cineclube Goitacá, o documentário “Vinícius” (2005), de Miguel Faria Jr., que comoveu a plateia e, no final, vieram efusivos aplausos. “Realmente, a vida dele é riquíssima. Ele, além de poeta, viveu a poesia”, salientou. Além de canções e depoimentos diversos, há que se destacar as participações dos atores Caio Blat e Camila Morgado.
Para o advogado e crítico de cinema, Gustavo Oviedo, o trabalho do cineasta Miguel Faria Jr. é completo, porque reúne no documentário “depoimentos expressivos, canções representativas de sua obra, além de uma boa fotografia. Enfim, um trabalho irretocável”. No filme há depoimentos de Chico Buarque, Tom Jobim, Edu Lobo, Ferreira Gullar, Carlos Lyra, Baden Powell, Francis Hime, Antonio Cândido e Tonia Carrero. Todos destacam aspectos da vida e obra de Vinícius de Moraes. No documentário estão registrados também os nove casamentos de Vinícius. Neste aspecto, vale ressaltar o depoimento de sua filha Susana de Moraes. “O segundo casamento foi impactante porque ele escondeu de mim. Mas depois fui entendendo melhor e a cada casamento seu, eu também me casava”, disse.
A vida passionalmente vivida por Vinícius se traduz antes de tudo na sua fome infrene de amor, na sua determinação de viver desgovernado pelo princípio da paixão. Daí resultaram nove casamentos, reviravoltas mirabolantes e loucuras que raros ousariam cometer em nome da paixão carnal e do amor incendiado por uma intensidade romântica que requeima de inveja os românticos frustrados e inspira estranheza ou reserva ao racionalista regulado por seu senso de conveniência e medida. “O certo é que além de suas qualidades como poeta, viveu a vida com extrema intensidade. Aliás, quem não gostar das canções de Vinícius não pode ser considerado um ser humano”, acrescentou, rindo, Marcelo Sampaio.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS