Terrorismo em semana de tensão
Aldir Sales e Jane Ribeiro 09/09/2017 15:49 - Atualizado em 12/09/2017 15:12
Prefeito desfilou ao lado de autoridades militares
Prefeito desfilou ao lado de autoridades militares / Rodrigo Silveira
Em uma semana marcada por manifestações de moradores, servidores municipais, rodoviários e motoristas de ambulâncias, o aproveitamento político da situação levou um clima de tensão ao desfile do Dia da Independência, na última quinta-feira (7). Como denunciou a coluna Ponto Final durante os últimos dias, o grupo que perdeu a eleição em 2016 tentou instaurar um clima de terrorismo, espalhando, através das redes sociais, até mesmo ameaça de agressão física ao prefeito Rafael Diniz (PPS) durante as comemorações de 7 de setembro, que pediu para a oposição “descer do palanque”. O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Fabiano Santos, revelou que o setor de inteligência da corporação ficou sabendo do caso e reforçou a segurança no entorno do Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop) durante o 7 de setembro, mas nenhum incidente foi registrado. Vereadores da base do governo e secretários que estiveram no Cepop durante o desfile repudiaram os atos políticos e o próprio prefeito, durante a semana, usou palavras duras para repudiar a tentativa de aproveitamento político de um momento de crise.
Marcão Gomes
Marcão Gomes / Foto: Antônio Leudo
— Agora, o que não podemos admitir é que uma oposição, que não desceu do palanque, invente mentiras e crie tumulto, gerando transtorno aos cidadãos. Mesmo com toda a dificuldade, vamos transformar a cidade com coragem e determinação. Toda manifestação responsável e respeitosa é compreendida por todos nós. O servidor está com salário em dia, mesmo nesse momento de dificuldade em que o Brasil todo vive. Nossa prioridade é o servidor e a garantia dos serviços básicos para toda a população, lembrando que Campos, hoje, trabalha com metade do orçamento que trabalhou nos últimos anos. A gente respeita qualquer tipo de manifestação e garantimos o debate — afirmou o prefeito, enquanto o presidente da Câmara, Marcão Gomes (Rede), pediu rigor na apuração dos atos. “Sabemos que estão querendo tumultuar, mas sabemos quem são. É um movimento político, orquestrado, inclusive ameaçando a vida do prefeito. O que, no rigor da lei, será apurado”, disse.
Na última segunda-feira (4), servidores públicos em greve bloquearam a entrada da sede da Prefeitura, enquanto rodoviários fecharam diversas ruas na área central e motoristas de ambulâncias fizeram protesto em frente à secretaria de Saúde. Além disso, na região Norte de Campos, cerca de 200 pessoas interromperam o trânsito na BR 101 (Campos-Vitória) em protesto contra a falta de transporte público.
Marcos Bacellar
Marcos Bacellar / Foto: Antônio Leudo
O vereador Marcos Bacellar (PDT) foi enfático ao dizer quem estaria se aproveitando politicamente. “A situação está difícil para todos. Nosso povo é pacífico e não há a menor dúvida de quem está por trás disso tudo. Ele se chama Garotinho. Rafael está fazendo um governo sério e vamos super juntos”, declarou.
José Carlos
José Carlos / Foto: Antônio Leudo
José Carlos (PSDC) disse ser a favor de manifestações ordeiras e lembrou que a cidade poderia estar em uma situação financeira melhor se não fosse o caos herdado. “A manifestação, desde o momento que seja ordeira, concordamos. Mas vemos que a cidade está vivendo manifestações com cunho político. A gente vê que o Estado e outros municípios estão com salários atrasados, mas em Campos, mesmo com todas as dificuldades, com um orçamento que é menos da metade de 2016, e o servidor público sempre recebeu em dia. A gente tem que descer do palanque, a eleição já passou”.
Jorginho Virgílio
Jorginho Virgílio / Foto: Antônio Leudo
Membro do G5 na Câmara, Jorginho Virgílio (PRP) foi mais um a condenar as tentativas de infiltração. “As pessoas têm o direito de protestar, mas de forma alguma podemos permitir que infiltrados mal intencionados politicamente aproveitem para perturbar a ordem da cidade”.
“Homem bomba” de Rosinha em protestos
Sem conseguir se reeleger para a Câmara e condenado em primeira instância acusado de participação no “escandaloso esquema” de troca de Cheque Cidadão por votos na última eleição, o ex-vereador Albertinho (PMB), que ficou conhecido como “homem bomba de Rosinha”, tem sido flagrado em várias manifestações. Na última segunda, ele foi visto durante o protesto dos funcionários de várias empresas de transporte público de Campos, que paralisaram as atividades contra o atraso nos salários.
  • Albertinho flagrado em manifestações

    Albertinho flagrado em manifestações

  • Protesto de rodoviários na segunda-feira

    Protesto de rodoviários na segunda-feira

No dia 28 de julho, Albertinho também estava presente em protesto de motoristas de lotadas, que fecharam a subida da ponte Alair Ferreira, em Guarus, em mais um movimento contra a fiscalização do município.
Além da presença do ex-vereador garotista, o movimento dos motoristas irregulares teve o mesmo “modus operandi” utilizado por Anthony e Rosinha Garotinho para incitar a população a fechar a BR 101 quando a ex-prefeita teve o mandato cassado, em 2010 e 2011, e nos protestos contra a divisão dos royalties do petróleo, em 2010, 2011 e 2013.

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