Nelson Rodrigues e a licença de Paulo Hirano
Alexandre Bastos 12/06/2015 02:47

Após a polêmica sessão da última quarta-feira (10) surgiram as mais variadas opiniões sobre a manobra que deu um "cheque especial" ao governo rosáceo. Alguns apontaram o secretário de Governo Anthony Garotinho (PR) como um jogador virtuoso, capaz de encontrar brechas para fazer valer a sua vontade e atropelar os adversários. Para os admiradores do ex-governador, a volta de Fábio Ribeiro ao Legislativo foi fundamental para deixar de depender dos rebeldes e garantir os 13 votos necessários.

Essa jogada foi boa e Garotinho é realmente um jogador habilidoso, mas pouca gente parou para pensar em uma sórdida jogada. O que realmente fez a diferença na quarta-feira foi a manobra que fez o ex-líder do governo e ex-secretário de Saúde, Paulo Hirano (PR), trocar uma justa licença médica, com validade até julho, por uma licença para tratar de "assuntos particulares", que o afastou temporariamente da Câmara deixou a vaga para Kellinho, que votou com o governo.

Resumindo: Paulo Hirano, mesmo doente, foi atropelado pelo "rolo compressor" que ele liderava até o final do ano passado.

Para conseguir liberar a "venda" dos royalties, o líder do grupo mostrou que não existe constrangimento, amizade, nem bons sentimentos quando o poder está em jogo. Agora é fácil dizer que a ideia partiu de Hirano, mas existem muitas conversas no Whatsapp que mostram qual era a verdadeira opinião do médico.

Esse episódio lamentável me fez lembrar de uma frase do jornalista e escritor Nelson Rodrigues. Ele dizia: "Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos..."

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