Adoçantes não aumentam apetite e reduzem a glicose
14/04/2024 | 06h58
Uma pesquisa publicada este mês apresenta resultados animadores: o uso de adoçantes artificiais (edulcorantes artificiais) não aumenta a fome, como sugeriam alguns pesquisadores. 
O uso de edulcorantes artificiais é alvo de bastante controvérsia, pois muitos profissionais de saúde os associam a malefícios à saúde. 
Os dados científicos de fato sobre essas substâncias são igualmente controversos.
Há alguns estudos que sugerem relação com câncer e alterações na microbiota intestinal...e até mesmo ao aumento no apetite, levando no fim das contas a um consumo maior de alimentos, principalmente doces. 
Antes de mais nada, é importante lembrar que existem inúmeras substâncias utilizadas para adoçar alimentos, sem ser o açúcar (sacarose em todas as suas formas, mascavo, refinado, etc):
xilitol, eritritol, aspartame, acesulfame, sacarina, ciclamato, sucralose, stévia, neotame, etc.
Algumas delas com relação a problemas de saúde já conhecidos, como o aspartame, ciclamato e sacarina.
No entanto há várias alternativas consideradas saudáveis, como a stévia e eritritol. 
Os estudos em questão avaliaram a resposta de indivíduos de ambos os sexos à substituição do açúcar por stévia ou neotame (adoçante da família do aspartame).
Foram várias pesquisas realizadas por um consórcio de 29 instituições de pesquisa européias durante um ano. 
A conclusão foi que não houve o chamado efeito rebote, com aumento no consumo de doces, nem alterações intestinais importantes, além de se observar uma esperada redução nos níveis de glicose no sangue desses indivíduos.  
Aguardemos novos estudos que nos tragam confiança para reduzir (e se possível banir) cada vez mais o consumo do açúcar, que sabidamente causa inúmeros danos ao nosso organismo. 
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Café previne perda muscular com a idade
31/03/2024 | 06h53
Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Singapura descreveram uma "nova" molécula presente no café com propriedades promissoras.
Trata-se da trigonelina, um alcalóide encontrado no café, no feno grego e até mesmo no corpo humano em pequenas concentrações. 
Já havia estudos sobre essa substância melhorar a função cognitiva, principalmente em idosos, mas a nova descoberta é o papel da trigonelina na função muscular.
Com a idade é comum ocorrer a perda de músculos (sarcopenia), condição diretamente relacionada à redução na capacidade física e aumento na dependência de ajuda nas tarefas do dia a dia.
Em termos moleculares essa perda muscular se mostra com a redução do NAD+, substância fundamental para a função muscular (dentre várias outras). 
Outros trabalhos já descreviam a redução nos níveis de NAD+ em idosos com graus mais severos de sarcopenia e limitações físicas. 
Pois bem, a trigonelina parece reverter essa redução de NAD+ e até aumentar as suas taxas.
De acordo com o pesquisador Dr. Vincenzo Sorrentino, a associação da trigonelina aos exercícios físicos pode abrir uma importante porta na efetiva prevenção da sarcopenia nos idosos. 
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Covid e perda de memória
24/03/2024 | 05h40
Um artigo publicado recentemente no New England Journal of Medicine relaciona diretamente infecções prolongadas pela Covid a perdas importantes de memória e na capacidade cognitiva. 
O estudo foi realizado com 140 mil indivíduos e mostrou que pessoas que tiveram a chamada Covid longa apresentaram maiores perdas. 
Esses casos de Covid tem sido descritos em vários países e caracterizam-se por sintomas que perduram por muitos meses, até anos. 
Já foram relatados sintomas diversos associados à Covid prolongada, tanto no âmbito cardíaco, quanto respiratório e agora temos dados robustos sobre danos na atividade cerebral.
Segundo o Dr A. Hampshire, coautor da pesquisa, novos dados devem surgir sobre danos tardios relacionados à Covid-19, uma vez que os pesquisadores tem encontrado novas abordagens científicas. 
Infelizmente, parece ser apenas o começo. 
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Tosse pode ser sintoma de dengue
18/02/2024 | 07h29
A dengue apresenta sintomas um tanto inespecíficos, como febre, dores no corpo, mal estar e machas na pele, que podem ser facilmente confundidos com outras viroses. 
Mas segundo infectologistas da USP, temos mais um a somar nessa lista: a tosse pode ser um sintoma e mais, sinal de gravidade da doença.
Esse mal transmitido pelo Aedes aegypti apresenta uma fase inicial febril, de cerca de uma semana e nesse período, o surgimento de tosse recorrente pode ser um grande sinalizador de risco.
Nos casos graves de dengue, como a forma hemorrágica, temos uma saída de plasma do sangue para os espaços teciduais, causando edema e até choque. 
Nos pulmões esse edema pode acarretar grande sofrimento respiratório, similar à Covid-19 grave. 
Nesses tempos de calor e chuvas, além da irresponsabilidade de muitos, com terrenos abandonados, caixas d'água sem tampa, etc, toda atenção é pouca.
Febre, dores corporais e desânimo...vá ao posto de saúde!
 
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Estimulantes e calor
04/02/2024 | 07h32
Dois artigos recentemente publicados trazem um alerta importante nesses tempos de calor e pré-carnaval:
tenhamos cautela com o uso de energéticos, cafeína, etc, principalmente no calor.
Com as temperaturas típicas do nosso verão "senegalês" e as festividades, como shows e carnaval, é importante que tenhamos certos cuidados para evitar que a diversão se torne um problemão.
Além da hidratação adequada, que deve ser frequente, pois não adianta ingerir de uma vez 2 litros de água e ficar desidratado o resto do tempo, é necessário cautela com certos hábitos recentes.
O consumo de bebidas energéticas, cápsulas de cafeína e outros suplementos voltados à prática de atividades físicas, como os chamados pré treinos tem seus riscos, que aumentam junto com a temperatura.
Alterações na frequência cardíaca, risco de elevação na pressão arterial, ansiedade e insônia são os efeitos colaterais mais comuns, que na presença de altas temperaturas podem se agravar. 
O consumo de bebidas alcoólicas é outro fator de risco, pois aceleram a desidratação e a sensação de que estamos ingerindo líquido muitas vezes reduz ou elimina a sensação de sede.
O organismo desidratado sofre de várias formas, como o aumento da viscosidade do sangue, sofrimento renal, estresse hepático, sobrecarga cardíaca, etc.
A ingestão de estimulantes em uma situação de desidratação, aliada à intoxicação por álcool e calor pode desencadear problemas bem sérios, até mesmo óbito.
Para complicar ainda mais, o consumo de drogas sintéticas altera em muito as sensações corporais, como sede, necessidade de sono, capacidade física...em resumo: o indivíduo se sente super homem, mesmo estando em um quadro que normalmente levaria a pessoa à cama ou mesmo um pronto atendimento de saúde.   

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Chocolate amargo contra o cigarro
14/01/2024 | 06h57
Um estudo divulgado por pesquisadores da nossa querida UFF afirma que o chocolate amargo pode ser um grande aliado contra o tabagismo. 
O estudo foi de espectro reduzido, pois acompanhou 47 fumantes por apenas 30 dias, mas os resultados são animadores:
nenhum dos participantes que suspendeu o consumo de cigarro apresentou ganho de peso, desde consumisse 40 g de chocolate 70% cacau uma vez ao dia.
O medo de engordar é um dos complicadores na hora de deixar o cigarro, além da abstinência obviamente.
A sugestão é bem simples: sentiu vontade de fumar, morda um pedacinho de chocolate 70% e deixe um tempinho na boca, saboreando aos poucos. A ideia não é se empanturrar de chocolate no lugar do tabaco.
O chocolate apresenta antioxidantes e a teobromina, um estimulante da família da cafeína que parece estar envolvido na saciedade que o chocolate traz em relação ao cigarro. 
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Alimentação e afogamento
07/01/2024 | 07h07
De acordo com dados divulgados pela SOBRASA (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), o afogamento é a maior causa de óbitos entre crianças de 0 a 4 anos. 
Surpreendentemente a metade deles na própria casa, em piscinas, banheiras e até baldes. Saindo dessa faixa etária, 15 pessoas morrem por afogamento no Brasil diariamente em praias, represas, lagos, etc. 
Obviamente nessa época de calor e férias escolares os casos aumentam consideravelmente e a alimentação está relacionada ao risco nessas situações.
O organismo dos mamíferos não apresenta a mesma quantidade de sangue em todos os órgãos e tecidos ao mesmo tempo: o sangue "dança" entre os tecidos, sendo direcionado para onde é mais necessário em um dado momento.
Se comemos algo que traga um pouco mais de trabalho na digestão, uma importante quantidade de sangue é desviada para essa função (para o trato digestório)...outros tecidos perderão sangue nesse momento.
O sistema digestório cobra uma grande quantidade de sangue para as suas funções, assim como o sistema muscular.
Se comemos uma refeição mais substancial e entramos na água, com toda a movimentação que normalmente ocorre, vai haver uma "disputa" de sangue entre o sistema digestório e o músculo esquelético.
O organismo tenta compensar, reduzindo a capacidade muscular, interrompendo a digestão e até mesmo induzindo vômito, para se livrar de toda essa cobrança. Outro risco é a redução da oxigenação cerebral, que pode levar a desmaios...dentro d´agua quaisquer dessas circunstâncias pode ser muito grave.    
_Evite alimentação substancial antes de entrar na água e lembramos que:
1) alimentos gordurosos (mesmo os saudáveis) atrasam o esvaziamento do estômago, evite-os;
2) alimentos quentes fazem o mesmo, atrasando a digestão, bem como maiores volumes alimentares.
...o velho e bom picolé de frutas cítricas, em quantidade moderada, seria uma ótima alternativa, pois o frio acelera a digestão, não possuem gorduras e a glicose fornece energia para atividades de curta duração para o tecido muscular e cerebral.
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Arroz branco e açúcar
17/12/2023 | 08h43
De acordo com pesquisadores da Universidade de Harvard, consumir arroz branco pode ser tão ruim quanto ingerir açúcar puro.
A conclusão deve-se ao chamado Índice Glicêmico dos alimentos: uma escala de 0 a 100, que basicamente mede a velocidade que a glicose no sangue se eleva após comermos algo.
Alimentos de alto índice glicêmico teriam valores de 70 ou mais, como no pão branco, arroz branco, biscoitos, bolos e a grande maioria dos cereais industrializados, ou seja, comer uma porção de arroz branco complica tanto quanto um doce com açúcar.
A nossa sugestão é acrescentar ao arroz, lentilhas, cenoura, brócolis, milho e, se possível optar pelo arroz integral. Mas se não der para abrir mão do arroz branco, reduza a quantidade e consuma sempre acompanhado de hortaliças folhosas e boas fontes de proteínas magras, como frango, carne bovina magra ou carne suína magra. 
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Agrotóxicos
09/12/2023 | 07h06
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) liberou um relatório sobre a contaminação de vegetais por agrotóxicos no Brasil. 
1.772 amostras foram coletadas em supermercados em todo o país e analisadas para a presença de resíduos de defensivos agrícolas, os chamados agrotóxicos.
Resultados:
_ 41,1% não apresentavam resíduos
_ 33,9% das amostras com resíduos dentro do limite permitido.
_25% das amostras estavam com contaminação acima do permitido ou com substâncias de uso proibido.
 Uma boa notícia é a redução do risco agudo na laranja, pois no ciclo de 2013/2015, 12,1% das amostras apresentava risco agudo, mas nas amostras de 2022 caiu para 0,6%.
Segundo a ANVISA, além da intensificação na fiscalização, a proibição da utilização de carbossulfano na cultura de frutos cítricos teve impacto. O uso de outras substâncias também foi proibido, como a metidationa e o formetanato, comumente usados nas culturas de laranja, uva e morango.
Há muito o que melhorar na qualidade dos alimentos que colocamos à mesa, mas os resultados são melhores do que o esperado, segundo a Agência.


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Vitamina D na gestação e asma
25/11/2023 | 06h26
googlesearch
Um estudo de revisão de 15 anos, realizado por pesquisadores ingleses, sugere que suplementar vitamina D na gestação pode reduzir em muito o risco de asma na criança.
De acordo com os dados obtidos, as gestantes que receberam 4400 UI de vitamina D, além de seu polivitamínico pré-natal (com 400 UI), tiveram filhos com incidência de asma até 50% menor do que as mães que não suplementaram. 
A vitamina D tem sido "redescoberta" nos últimos anos, com funções muito além do que se pensava há meros 20 anos atrás, com a revisão de quantidades diárias e efeitos fisiológicos. 
_Mas não use suplementos por conta própria, consulte seu profissional de confiança. As vitaminas A, D, E e K são lipossolúveis e o seu excesso pode causar sérios danos à saúde. 
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Sobre o autor

Leonardo Gama

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