Prisão não é condenação e HC não absolve, diz Marcão sobre os Garotinho
04/09/2019 10:00 - Atualizado em 04/09/2019 20:47
Marcão no Folha no Ar
Marcão no Folha no Ar / Isaias Fernandes
A prisão do casal de ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho na terça-feira (3) e a decisão em habeas corpus (HC) do desembargador Siro Darlan, do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado do Rio de Janeiro na madrugada seguinte (como o blog divulgou aqui), que decidiu pela soltura, foram os principais assuntos abordados nesta quarta-feira (4) com o vereador licenciado e atual secretário de Desenvolvimento Humano e Social de Campos, Marcão Gomes (PL), no Folha no Ar, da Folha FM 98,3. Marcão, adversário político de longa data do político da Lapa, que fez parte da bancada de oposição a Rosinha no mandato passado, afirmou que a prisão dos dois nos desdobramentos da Lava Jato no município (aqui) não é sinônimo de condenação, assim como, para ele, o HC do TJ não significa a absolvição dos políticos campista. Nesta quinta-feira (5), o Folha no Ar recebe o presidente do Americano, Carlos Abreu. 
— Nem a prisão é por si só um julgamento do Poder Judiciário em razão da culpabilidade do réu, muito menos o habeas corpus prova qualquer inocência. Não significa com esse alvará de soltura está dizendo que os fatos narrados pelo Ministério Público e compreendidos pelo Judiciário como motivos para levar o casal à prisão [são anulados], que está se declarando a inocência do casal — afirmou Marcão, lembrando outras condenações de Garotinho na Chequinho, por formação de quadrilha e as investigações da operação Caixa d’Água.
Marcão ainda lembrou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Jato na Câmara de Campos, enquanto ele ainda presidia o Legislativo, no qual as delações de ex-executivos da Odebrecht que indicam vícios na licitação para favorecer a empreiteira e, em troca, os políticos receberiam propina. “O que pode e o que não pode? Vejo muita gente justificar o ilícito penal, o roubo: ‘ah, mas o Garotinho não tem nada, só tem uma casinha na Lapa, é honesto’. Bom, pode roubar e entregar para um amigo? Pode roubar para usar para comprar voto? Pode pegar o dinheiro do povo para comprar partidos políticos?”, questionou.
Para Marcão, muita gente levanta bandeira como torcida contra ou a favor aos políticos, mas esquece de analisar o fato. “Da mesma forma que não é motivo de comemoração a prisão, não é motivo de comemoração o habeas corpus. Temos que apurar a verdade dos fatos. Temos leis para regular a vida em sociedade. Muitas pessoas, como comprovadamente o casal Garotinho, resolveram andar à margem da lei. Por isso que se diz que o cara é marginal, ele está andando à margem da lei, ele está cometendo crimes. E está muito claro que os atos foram praticados, seja na combinação de resultados, no pagamento de propinas”.
O secretário de Desenvolvimento Humano e Social do governo Rafael também disse acreditar que as supostas irregularidades com o Previcampos, que ele denunciou na legislatura passada como vereador, também terá grande repercussão em greve.
Marcão concordou com o ex-prefeito Arnaldo Vianna que ao blog Opiniões disse (aqui) que o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), pretenso candidato a prefeito de Campos, sofra consequências com a prisão dos pais. “A análise de Arnaldo foi perfeita. Prejudica não só uma pretensa candidatura, como o próprio mandato de deputado. É algo muito complexo. Compreendo a angústia dele e da Clarissa (Pros) enquanto filhos, mas enquanto políticos não é compreensível a insistência em inverdades, em falar de uma inocência cada vez mais distante pela pratica recorrente de crimes”, afirmou.
Secretário — Marcão falou sobre as dificuldades com a queda de arrecadação financeira para retomada de programas sociais, mas que esse é um desejo dele e do prefeito Rafael Diniz (Cidadania). Sem fixar data, o secretário falou na possibilidade de abertura do restaurante popular e o cartão cooperação (antigo Cheque Cidadão).
Cenário para 2020 — Candidato a deputado federal mais votado de Campos, que ficou como primeiro suplente da sua legenda em 2018, Marcão comentou sobre a missão (aqui) de coordenar o seu partido, o PL, na eleição do ano que vem em toda a região. Com relação à sucessão municipal em campos, disse acreditar que a oposição tem interesse em antecipar o debate eleitoral, mas que o grupo governista vai aguardar o momento certo para iniciar as articulações para a possível candidatura à reeleição de Rafael Diniz.
Veja a entrevista:

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    Arnaldo Neto

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