Uenf em pesquisa sobre o Aedes
03/08/2019 18:18 - Atualizado em 07/08/2019 14:12
A Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro (Uenf) está fazendo uma pesquisa para analisar o comportamento do mosquito Aedes aegypti, quanto às variações e fenômenos climáticos e a partir da influência do homem no meio ambiente, com o crescimento das cidades. O estudo é chefiado pela professora Maria Angélica da Costa Ferreira, do Laboratório de Sanidade Animal (LSA), do Centro de Ciências e Tecnologia Animal (CCTA). O alto índice de casos de chikungunya na comunidade da universidade e seus prejuízos ao campus foi o motivador do trabalho. Na última semana, o Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) informou que, com 485 casos confirmados de chikungunya no mês de julho, Campos apresenta uma queda de 58,3% nos registros, com relação ao mês anterior, sendo a primeira vez no ano que os índices declinam. Até o momento, 5.300 casos de chikungunya foram confirmados.
— Queremos saber de que forma estas doenças estão afetando a produtividade dentro do campus — explica a professora, que usou armadilhas feitas de garrafas pet em sua pesquisa.
As armadilhas vão mostrar os locais onde há maior incidência do mosquito dentro do campus. Nela, as fêmeas do mosquito são capturadas e depositam as larvas. “Outra pesquisa, de outro pesquisador, mostra que a cada nove larvas dentro de uma armadilha, é possível analisar que há alguém doente na casa. A gente está fazendo um questionário, perguntando a toda comunidade, sobre os casos da doença”, explica a professora.
Maria Angélica conta ainda que a pesquisa quer analisar como o mosquito sobrevive na região, levando em consideração o meio ambiente, a influência humana e as variações e fenômenos climáticos. “Sabemos que um ano sim, outro não, há movimentos de marés e correntes como La Niña e El Niño. Na La Ninã tem mais probabilidade de mosquitos. Ambos têm incidência de calor e com o problema do aquecimento global a situação se agrava, além disso, em Campos, temos uma vegetação de mata, rio e pessoas jogando lixo”.
A professora aponta, ainda, o aumento da densidade demográfica como fator agravante. “A cidade está aumentando de tamanho por conta do aumento demográfico e áreas que antes eram matas agora possuem casas. Isso ocorreu em Manaus, ocorre no Rio de Janeiro e em cidades que estão em expansão, como Campos, onde se observa um aumento de casos no Jóquei Clube, onde há aumento de empreendimentos imobiliários”, disse a coordenadora da pesquisa, que deve apresentar os primeiros resultados já no próximo mês.
Julho tem redução nos casos de chikungunya
Com base no segundo LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti) do ano de 2019, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) traçou estratégias de ação e mutirões foram programados em diversos pontos da cidade, principalmente nos locais que apresentam maior índice de infestação do mosquito Aedes aegypti - transmissor da dengue, zika e chikungunya. Após uma semana levantando dados em 104 bairros, em maio deste ano, foi divulgado o último índice médio de infestação de 4.4%,, considerado de alto risco. No primeiro levantamento do ano, em fevereiro, o índice foi de 1.2%, de médio risco. De acordo com informações do CCZ, a maior parte dos focos do mosquito, encontrada durante o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti, está dentro de residências habitadas e em quintais, por isso, é fundamental a participação da população reforçando as ações do poder público.
Este ano, foram registrados 5.300 casos de Chikungunya e 13 de dengue. Dados parciais indicam 1.054 casos de Chikungunya em junho e 485 casos em julho. O LIRAa acontece neste mês de agosto. Ainda não há previsão para divulgação do resultado. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizou, na última sexta-feira (02), em Três Vendas, mais um mutirão de combate ao Aedes aegypti. As ações de combate aos focos do Aedes aegypti prosseguem com ações diárias dos agentes do órgão.
(D.A.) (A.N.)

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