Cineclube Goitacá homenageia João Gilberto e Beth Carvalho
Matheus Berriel 06/08/2019 15:51 - Atualizado em 13/08/2019 14:16
Divulgação
A música popular brasileira estará em destaque, nesta quarta-feira (07), no Cineclube Goitacá, que terá noite de sessão dupla. A partir de 19h, o professor e pesquisador Marcelo Sampaio fará homenagens póstumas a João Gilberto e Beth Carvalho, exibindo um programa especial da Globo News sobre o “pai da Bossa Nova” e um documentário sobre a “rainha do samba”. O Cineclube Goitacá acontece todas as quartasna sala 507 do edifício Medical Center, localizado à esquina das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, no Centro de Campos. Entrada gratuita.
— Reverenciar artistas falecidos é fundamental principalmente para evitar que caiam no esquecimento. Nesta oportunidade, vou apresentar um programa especial dirigido pela Cristina Aragão para a Globo News, em homenagem aos 70 anos do genial João Gilberto, e um documentário sobre a fantástica Beth Carvalho com roteiro e direção do Rafael de Paula Rodrigues — explicou Marcelo.
Narrado pela jornalista Leilane Neubarth, com 24 minutos de duração, o especial “João Gilberto”, embora não conte com depoimentos inéditos do homenageado, que não costumava dar entrevistas, inclui falas documentais de personalidades como Miúcha, Ruy Castro, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Há também imagens de João Gilberto em shows, incluindo uma cena em que canta “Chega de Saudade”, um marco para a Bossa Nova, acompanhado pela filha Bebel Gilberto, à época uma adolescente de 14 anos.
— João Gilberto não só revolucionou a música popular brasileira como influenciou músicos como Gilberto Gil, que tocava acordeon e passou a tocar violão; Caetano Veloso, que queria fazer cinema e decidiu ser músico; e Chico Buarque, que tinha o sonho de tocar violão como ele. Por isso (o jornalista e poeta) Aluysio Abreu Barbosa acertou em cheio ao defini-lo perfeitamente como o ídolo dos nossos ídolos num artigo que publicou no jornal Folha da Manhã — enfatizou Marcelo.
A outra homenageada da noite foi mais uma influenciada pelo “pai da Bossa Nova”. “A primeira arte da vida de Beth Carvalho foi o balé, e ter ouvido João Gilberto fez com que ela se apaixonasse definitivamente pela música”, mencionou o professor e pesquisador, que escolheu o documentário “Beth Carvalho: A Madrinha do Samba”, exibido pelo Canal Bis em 2014. A duração é de 52 minutos. No filme, há depoimentos de Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Hamilton de Holanda, Nelson Sargento, Martinho da Vila e Roberto Menescal.
— “Beth Carvalho: a Madrinha do Samba” acerta desde o título, pois ela amadrinhou tanto compositores mais velhos, resgatando Cartola e Nelson Cavaquinho, quanto compositores mais novos, lançando Jorge Aragão, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho, entre outros — afirmou Marcelo Sampaio. — Em relação à renovação do samba, Beth explica com muita clareza a diferença existente entre o significado etimológico do termo pagode e seu sentido mercadológico. O jornalista Chico Pinheiro faz um depoimento bem pertinente sobre a importância do verdadeiro samba, que é indissociável dos negros, das religiões de matriz africana e das classes sociais menos favorecidas — acrescentou.

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