Suspeita de fantasma na folha da Assembleia
24/01/2019 21:21 - Atualizado em 29/01/2019 16:02
Operações da Polícia Federal, deputados presos por corrupção, movimentações financeiras atípicas de funcionários... A lista de escândalos envolvendo a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nos últimos anos parece não ter fim. Nesta quinta-feira, o jornal O Globo revelou mais um capítulo das polêmicas envolvendo a Alerj. Segundo a publicação, duas servidoras concursadas se recusaram a assinar as folhas de ponto de 42 comissionados lotados na Procuradoria da Casa e que, segundo elas, não iam trabalhar e são suspeitos de serem “fantasmas”.
No comunicado à direção-geral da Alerj, em 26 de novembro, Denise Okada Ahmed e Fátima Maria Amaral afirmam que receberam “uma enorme quantidade de cartões de ponto de servidores que não se encontram desempenhando funções neste local”. E que, “a considerar a quantidade de tais cartões, seria até mesmo impossível abrigar todos os servidores no espaço de trabalho disponibilizado para a Procuradoria”.
A reportagem também mostrou que a lista dos supostos funcionários vai de dona de salão, pastor a até morador de Búzios, na Região dos Lagos.
O presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT), afirmou que, logo após ter recebido a denúncia das procuradoras, instaurou processo administrativo para apurar o caso. Ele diz que um resultado deverá ser apresentado até o fim do mês. “Assim que identificarmos a real situação desses servidores, vamos tomar as providências necessárias. O que, por vezes ocorre, é que um servidor lotado em algum departamento da Alerj, na realidade, atua em outro setor. Não estou dizendo que é isso o que há nesse caso específico dos 42 servidores da Procuradoria, mas é uma possibilidade”.
Segundo informações da própria Alerj, a Casa totaliza hoje, em todos os departamentos e gabinetes, 5,5 mil servidores, sendo 4.226, ou 76%, comissionados, nomeados livremente, e 1.274 concursados. Cada deputado tem direito a ter, em seu gabinete, até 63 cargos, sendo 60 comissionados e 3 concursados. Originalmente, o regimento fala em 17 comissionados, mas cada parlamentar pode desmembrar esses cargos em até 60 postos. (A.N.) (A.S.)

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