Mãe e avós do bebê Dione Valentin prestam depoimento
Verônica Nascimento e Catarine Barreto 29/01/2019 11:02 - Atualizado em 31/01/2019 15:01
Mãe de Dioni Valentim
Mãe de Dioni Valentim / Antônio Leudo
Após uma semana da morte do bebê Dione Valentin, que teria sido espancado pelo pai, a mãe da criança, Jéssica da Silva Valentin, prestou depoimento, na manhã desta terça-feira (29), na 134ª Delegacia de Polícia (Centro), responsável pela investigação. Ela acusa o pai da criança, Lucas do Espírito Santo, de 21 anos, que está preso desde o dia 22, de ter agredido o menino, então com 25 dias de vida. No entanto, a mãe do suspeito, avó paterna de Dione Valentin, Maria da Penha do Espírito Santo, 47 anos, afirmou, em depoimento, que o filho é inocente. Ela disse que Lucas contou que estava do lado de fora da casa, em Farol, quando sua mulher saiu gritando, dizendo que o menino havia caído da cama.
O caso aconteceu no dia 19 de janeiro, em Farol de São Thomé, onde a família, que mora em Goitacazes, passava o final de semana. Inicialmente, os pais de Dione o levaram a um posto de saúde na praia campista e relataram que o filho ficou ferido após cair da cama. A primeira versão, no entanto, foi modificada pela mãe no dia 21 na delegacia, afirmando que o pai teria agredido o menino.
Catarine Barreto
Maria da Penha conversou com a imprensa nesta terça-feira e disse que o filho, que era obreiro na Igreja Mundial, teria uma relação complicada com a mãe de Dione. “Ele estava separado dela há um bom tempo. Estava até namorando uma moça da igreja. Terminou o namoro quando a ex-sogra o procurou para dizer que a filha estava grávida. Ele assumiu a família e estava louco pelo primeiro filho. Na segunda-feira, ele me procurou desesperado, porque o filho estava no hospital. Ele estava arrasado e ninguém entendeu quando a polícia disse que ela tinha falado que ele bateu no filho”, disse a avó, que ia conhecer o neto na segunda-feira (21).
O pai, apontado como suspeito de homicídio, nega a agressão. Ele foi preso na localidade de Donana. “A polícia chegou à minha casa de manhã, e eu o mandei fugir porque havia um processo contra ele, por causa de uma moto que ele comprou e era furtada. Não sabia que ela tinha acusado ele, até porque estavam conversando por telefone sobre o estado da criança. Quando ele soube que era sobre o filho, ele mesmo ligou para a polícia para ir buscá-lo, porque tinha sido uma queda”, relatou a mãe do rapaz.
A Polícia Civil aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) que definirá a causa da morte do bebê. A versão seguida ainda é a da mãe, que registrou o caso como crime. Também foram ouvidos os avós maternos de Dione Valentin. A polícia também deverá ouvir profissionais médicos e do Conselho Tutelar. A previsão para a liberação do laudo é até sexta-feira (1). O pai do menino manteve, inicialmente, a versão da queda e, depois, teria se recusado a falar.
— O depoimento da mãe de Lucas é mais um elemento. Ela repassou o que ele falou para ela, ou seja, confirmou a versão dele já apresentada na delegacia. O que é fundamental para gente é o resultado do laudo cadavérico que irá dizer a causa morte com detalhe. Assim como o pai, a avó da criança apresentou a versão de que Lucas estava do lado de fora da casa, quando a mulher saiu gritando, dizendo que o menino havia caído da cama. Mas, o laudo vai dizer se é possível com uma queda causar a lesão daquela — disse o delegado titular da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Bruno Cleuder, ressaltando que Lucas não será ouvido novamente.
O caso — O fato aconteceu por volta das 15h de sábado (19), em uma casa de veraneio em Farol de São Thomé. O recém-nascido foi levado pelos pais a uma unidade de saúde na praia campista. De lá, o menino foi encaminhado, às pressas, para o Hospital Ferreira Machado (HFM). Na tarde de terça (22), a assessoria de imprensa do HFM informou que o estado de saúde da criança era considerado grave e que ela permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), onde morreu à noite.
A versão de que a criança foi agredida pelo pai somente surgiu na noite de segunda, por volta das 23h30, quando a mãe foi à delegacia e relatou aos policiais não ter ido prestar queixa imediatamente por medo do suspeito. Ela contou que Lucas estava brincando com o menino, que teria golfado em sua roupa. Em reação, ele teria jogado o bebê na cama e, após tentar enforcá-lo, teria golpeado a criança no rosto, com cinco socos.

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