Prefeitura comemora gasto na Saúde e comissão constata problemas
23/01/2019 10:02 - Atualizado em 28/01/2019 16:31
Secom - Macaé
A Prefeitura de Macaé divulgou, nessa terça-feira (22), que o município aparece entre os que mais gastam na área da Saúde no Estado do Rio de Janeiro, segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM). No entanto, no dia a dia, a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores tem constatado outra realidade. Em uma inspeção realizada no começo do mês, os integrantes do órgão visitaram unidades na região serrana do município. Além de problemas estruturais, os parlamentares disseram que os postos estão com serviços limitados por falta de materiais e equipamentos básicos para emergência e consultas. A bancada de oposição também tentou articular no ano passado a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o setor, mas que acabou barrada pela bancada de governo.
Segundo a Prefeitura, foram gastos R$ 1.638,56 por habitante em 2017, um valor quatro vezes maior que a média nacional per capita/ano, dessa faixa populacional (100 a 500 mil), que é de R$ 389,45.
No entanto, no primeiro local visitado em 2019, na Unidade Mista de Saúde do Sana, o vereador Márcio Bittencourt (MDB) constatou que o imóvel não possui refrigeração e muitos atendimentos são cancelados em dias quentes. Apesar de haver salas adaptadas para atendimentos de urgência, não há desfibrilador e nem equipamento para eletrocardiograma. Algumas paredes estão com infiltração e a rede elétrica apresenta avarias.
A unidade funciona 24 horas, mas, segundo o parlamentar, a ambulância não está adaptada para ser uma UTI móvel, além de ter vidros quebrados e vazamentos. Além disso, as vias que dão acesso ao distrito não são asfaltadas e os buracos atrasam ainda mais o trajeto de 80 km até o centro urbano.
Ao lado, funciona a Estratégia de Saúde da Família (ESF), em imóvel alugado. O local, de acordo com o parlamentar, não possui sala de curativo e nem de vacina por falta de sistema de refrigeração adequado. Os atendimentos da fisioterapia também estão limitados por falta de materiais, segundo Bittencourt.
Nas três unidades visitadas, Márcio confirmou que não há entrega de fraldas geriátricas. Em caso de necessidade, é preciso que o paciente ou um familiar se dirija até o Centro para requisitar junto à farmácia municipal. “No ano passado, aprovamos um requerimento para que a prefeitura disponibilize as fraldas em todos os postos. Do jeito que está, complica muito a vida do cidadão”, frisou Márcio.
As visitas fazem parte do relatório que a Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores vem elaborando para cobrar providências junto à administração municipal. “Algumas situações são absurdas e estão se agravando com o tempo. Seguiremos empenhados para que o prefeito tome as medidas necessárias”, disse o vereador. (A.S.) (A.N.)

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