Jungmann aponta "complô" para atrapalhar investigação
22/11/2018 21:31 - Atualizado em 24/11/2018 17:49
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira que um “complô” tem atrapalhado as investigações sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e o motorista Anderson Gomes, no último mês de março. Jungmann afirmou que existe pressão de milicianos, agentes públicos e políticos para que o crime não seja elucidado.
— Sem sombra de dúvida, existem interesses que envolvem agentes públicos, milícias, políticos, que não querem e impedem que se chegue aos mandantes, sobretudo, poderosos mandantes, e também aos executores, aqueles que realizaram aquele bárbaro crime — disse o ministro, que continuou: “Não tenho dúvida de que, se nós não conseguirmos desbaratar esse complô que impede que se venha à tona dos mandantes e dos executores, vai ficar muito difícil”.
As declarações de Jungmann foram dadas depois de ser questionado sobre o fato de o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, ter dito que milicianos estão envolvidos “com toda certeza” com o mando ou a execução do assassinato de Marielle. “Não é um crime de ódio, falei isso logo na primeira entrevista que dei, em março, sobre isso. É um crime que tem a ver com a atuação política, em contrariedade de alguns interesses. E a milícia, com toda certeza, se não estava no mando do crime em si, está na execução”, disse Nunes na última quarta-feira (21).
Questionado se há políticos envolvidos com o caso, o secretário respondeu: “Provavelmente”. Nunes afirmou que as investigações do caso já têm 14 volumes e que alguns culpados já foram encontrados, mas o general espera reunir provas cabais do crime para que os responsáveis não sejam inocentados no futuro. Ele afirma que espera solucionar o crime até o fim da intervenção militar no Rio.
— Nós não podemos ser precipitados porque no momento em que se prende, por exemplo, um dos participantes - a gente poderia tentar fazer isso - não prende os demais. Alguns participantes nós temos, com certeza, agora o problema todo é esse: nós temos que criar uma narrativa consistente ligando esses atores com provas cabais que não venham a ser contestadas em juízo, no tribunal do júri — afirmou Richard Nunes, que completou: “Aí sim seria um fracasso - que a sociedade não observasse esses criminosos sendo efetivamente condenados”. (A.N.)

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