Bastidores movimentados na Alerj
24/11/2018 14:49 - Atualizado em 27/11/2018 14:01
Gil Vianna
Gil Vianna / Rodrigo Silveira
Os bastidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) andam movimentados e não apenas por operações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) contra a corrupção. Uma das peças mais importantes da próxima legislatura, a bancada do PSL do presidente eleito Jair Bolsonaro – a maior da Casa com 13 deputados eleitos – deve apoiar Márcio Pacheco (PSC), do mesmo partido do governador eleito Wilson Witzel, à presidência da Casa em 2019. Entre os parlamentares da região, não há um consenso sobre apoio, mas alguns nomes são cotados para ocupar lugares na mesa diretora.
Um deles é Bruno Dauaire (PRP). Eleito pelo grupo do ex-governador Anthony Garotinho (PRP), o sanjoanense tem boa relação com o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, presidente do PSL no Rio. Dauaire chegou a ser cotado como possível candidato à presidência da Alerj com o apoio do partido de Bolsonaro. O nome de Bruno também foi especulado para a mesa diretora numa eventual chapa de André Corrêa (DEM) antes do democrata ser preso na operação Furna da Onça. O deputado do PRP defendeu que o próximo presidente resgate a Alerj depois de seguidos escândalos de corrupção. “Mais importante que o nome é que haja o compromisso de resgatar a atividade parlamentar”, pontuou.
Um dos integrantes da bancada do PSL, o ex-vereador de Campos Gil Vianna também falou anteriormente que pretende pleitear um lugar na mesa diretora. Ele revelou que os deputados do partido vão se reunir com Pacheco nesta semana para ouvir suas propostas. “Teremos esta semana reunião da bancada do PSL. O partido tem a intenção de votar em deputados que não aprovaram as contas de Pezão. Há muitos deputados pleiteando a presidência, mas um nome muito ligado ao PSL é Márcio Pacheco. Na reunião saberemos as propostas dele, o que pretende fazer na Casa, para podermos avançar na conversa. É um cara descente, conduta ilibada e tem tudo para ser nosso candidato”.
Já o presidente do PSDC, deputado reeleito João Peixoto explica que já conversou com os dois nomes cotados — o atual presidente André Ceciliano (PT) e Pacheco: “Mas o PSDC vai se posicionar de acordo com a indicação do governador, como sempre fizemos. Queremos garantir a governabilidade”.
Partido de Bolsonaro não quis nome próprio
O PSL chegou a ensaiar uma candidatura própria, com o deputado Rodrigo Amorim – o mais votado na última eleição – na cabeça de chapa, o que não prosperou. Um dos principais objetivos de Flávio Bolsonaro é evitar que o petista André Ceciliano, presidente em exercício da Casa, continue no cargo.
— Acho importante que o presidente da Alerj tenha experiência e conheça bem a Casa. O Pacheco tem bom trânsito com outros partidos e é uma pessoa com credibilidade. O nome foi bem aceito pela bancada — disse Flávio.
Outra candidata ao cargo, a deputada Tia Ju (PRB), disse que, a princípio, seu nome continua na disputa, mas não se negou a conversar com Pacheco.
O deputado do PSC chegou a ser especulado como líder do governo Witzel na Alerj, que não estaria propenso a lançar o nome de Pacheco à presidência por julgar negativo o fato de um eventual comandante da Assembleia ser do mesmo partido do governador, o que não deu certo nos últimos anos do MDB no Rio de Janeiro.
Correa queria cargo, mas foi preso pela PF
Outro candidato à presidência da Alerj é André Corrêa. Ele chegou a negociar com o PSL um eventual apoio, no entanto, o ex-secretário do ex-governador Sérgio Cabral e do ex-prefeito carioca Eduardo Paes foi preso junto com outros nove deputados estaduais na operação Furna da Onça, da Polícia Federal, no início de novembro.
Além de Corrêa, também foram presos Coronel Jairo (MDB), Chiquinho da Mangueira (PSC), Marcos Abrahão (Avante), Luiz Martins (PDT), Marcus Vinicius Neskau (PTB) e Marcelo Simão (PP) – que conseguiu reverter a prisão provisória em medidas restritivas. Jorge Picciani (MDB) – que cumpre prisão domiciliar – Paulo Melo (MDB) e Edson Albertassi – que já estavam presos – também tiveram novos mandados de prisão.
Todos são acusados de participar de um esquema de corrupção e loteamento de cargos envolvendo o Detran. (A.S.) (A.N.)

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