"O Bebê de Rosemary" no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis 04/09/2018 17:44 - Atualizado em 06/09/2018 14:32
A quarta-feira (5) é dia de terror no Cineclube Goitacá. O filme “O Bebê de Rosemary” (“Rosemary’s Baby”, 1968), do diretor Roman Polanski, será exibido a partir das 19h, na sala 507 do edifício Medical Center — no cruzamento das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio —, no Centro de Campos. Quem apresenta a obra é o advogado e publicitário Gustavo Oviedo. A entrada é gratuita.
Oviedo lembrou que terror é um gênero muito amplo, que tem diversas subcategorias.
— “O Bebê de Rosemary” se encaixa na categoria que pode ser chamada de “terror psicológico”. Não há efeitos especiais, sangue jorrando ou golpes de efeito para o espectador pular da poltrona. No entanto, conseguimos nos identificar com o medo e a dúvida da protagonista, que suspeita, mas não tem a certeza de que alguma coisa está muito errada ao seu redor.
Na trama, um jovem casal, Rosemary (Mia Farrow) e Guy Woodhouse (John Cassavetes), se muda para um prédio habitado por estranhas pessoas, onde coisas bizarras acontecem. Quando ela engravida, passa a ter alucinações e vê o seu marido se envolver com seus vizinhos, uma seita de bruxas que quer que ela dê luz ao “Filho das Trevas”.
Gustavo Oviedo comentou que Roman Polanski é um de seus diretores favoritos.
— No entanto, nunca tinha apresentado nenhum filme dele no Cineclube. Aproveitei o fato de “O Bebê de Rosemary” fazer 50 anos como desculpa para exibi-lo — brincou. — Mas também, é claro, o escolhi porque gosto muito do filme.
O apresentador da noite descreveu Polanski como “um sádico que sabe filmar”.
— E isso faz com que seus filmes transmitam a angústia que sentem seus protagonistas. Vi quase toda sua filmografia e, além de “O Bebê de Rosemary”, gosto muito de “Lua de Fel” (“Bitter Moon”, 1992), que já foi exibido no Cineclube, “Busca Frenética” (“Frantic”, 1988) e “Chinatown” (1974).
De acordo com Gustavo Oviedo, “uma das constantes na filmografia do diretor polonês são as situações onde o protagonista se encontra numa situação opressiva de encerramento, psíquico e físico”. No filme que será apresentado nesta quarta-feira, acrescenta ele, não é diferente.
— A protagonista, interpretada por Mia Farrow, aos poucos vai descobrindo que o prédio onde mora é uma espécie de armadilha, e que aqueles que o habitam são pessoas sinistras.
O roteiro, também assinado por Polanski, é baseado em romance homônimo de Ira Levin, publicado em 1967. O filme venceu o prêmio Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (Ruth Gordon) e foi indicado na categoria de Melhor Roteiro Adaptado (Roman Polanski). Sobre isso, Oviedo opinou:
— Ruth Gordon consegue ser muito convincente no papel da vizinha aparentemente cordial e afetuosa, mas no fundo manipuladora. Já o trabalho de Polanski como roteirista é soberbo, pois consegue transferir para a linguagem cinematográfica um romance literário, que é um registro completamente distinto.

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