Informalidade nos semáforos
27/07/2018 19:53 - Atualizado em 30/07/2018 18:32
O mercado informal nos sinais de trânsito avança. Os semáforos têm atraído cada vez mais pessoas que fazem do local o seu negócio. Vendedores de balas, frutas, pano de prato, acessórios para celular e outros produtos fazem parte do universo dos milhares de desempregados, que sobrevivem de bicos ou do chamado trabalho informal. Diante da escassez de empregos formais e das de dificuldades financeiras, que os ambulantes e artistas de rua tiram o sustento de casa.
A maioria está desempregada e a solução foi enfrentar o sol forte e até a chuva para andar entre os carros e, claro, saber manter o bom astral mesmo quando as vendas não decolam.
José Luís Tinoco, 50 anos, é viúvo e está desempregado há quase um ano. Antes trabalhava como motorista profissional, com carteira assinada e todos os direitos trabalhistas. Porém, assim que a crise se abateu sobre o setor, foi demitido com mais 10 colegas. Hoje vende pano de prato no sinal de trânsito. Ele está com a carteira de habilitação vencida e está juntando dinheiro para renovar e tentar voltar ao mercado de trabalho.
— Estou aqui por necessidade. Fiquei viúvo e hoje trabalho para o meu sustento, enquanto não consigo retornar naquilo que mais gosto de fazer. Tenho certeza que não vou ficar por muito tempo nesse trabalho, tenho esperança de voltar a minha profissão em breve — disse ele.
Quem também perdeu o emprego de motorista de ônibus e se viu sem alternativa foi o vendedor de doces Almir Francisco. Ele está desempregado há oito meses e com a venda dos doces ele consegue uma renda mensal de até R$ 800.
—Trabalho aqui para sustentar minha família. Sem emprego formal fui obrigado a procurar alternativas. O faturamento depende do dia, uma vez que a gente que trabalha no trânsito tem que lidar com algumas dificuldades. É ruim quando a gente se aproxima e o motorista fecha a janela. Já tentei ingressar no mercado, há pouco mais de três meses, mas não consegui — declarou.
Em nota, a superintendência de Postura explica que realiza um trabalho de fiscalização junto aos vendedores ambulantes que não se encontram formalizados mas, principalmente, há a orientação junto a estes trabalhadores para que possam se formalizar junto ao órgão. Desta forma, o cadastrado pode atuar em eventos públicos e até em pontos específicos no município mediante inscrição.
Feira de capacitação para gerar empregos
A superintendência de Trabalho e Renda mantém atualizados os dados de seus cadastrados para que acompanhem o quadro de vagas oferecidas, diariamente, no Espaço da Oportunidade, além de buscar novos parceiros e vocações locais para oferecimento de oportunidades específicas nas capacitações. A superintendência prepara, ainda, a realização do Qualifica Campos, uma feira de capacitação em parceria com mais de 10 empresas e oferta de mais de 100 cursos, com descontos de 30% a 70%. O evento será realizado de oito a 11 de agosto, no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, Centro, durante a semana de 9h às 18h e no sábado de 9h às 13h.
— Será uma grande oportunidade de capacitação para que as pessoas estejam preparadas para as ofertas de trabalho, que já apontam com o crescimento do Porto do Açu. Teremos cursos em diversas áreas, inclusive offshore. A chegada de novos empreendimentos sinaliza novo fôlego e as empresas sempre buscam mão de obra qualificada — disse o superintendente Rogério Matoso.

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